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França diz que não reajustou metrô porque Doria queria tarifa maior

Criticado pelo seu sucessor por não ter decidido índice, ex-governador afirmou que não concordou com aumento acima da inflação que teria sido defendido pelo tucano

2 jan 2019 - 19h05
(atualizado às 19h50)
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SÃO PAULO - O ex-governador paulista Márcio França (PSB) afirmou ao Estado que deixou o governo sem anunciar o reajuste das tarifas de trem e metrô de São Paulo porque o sucessor João Doria (PSDB) queria um valor maior do que o que a sua equipe defendia durante a transição.

Segundo França, não houve consenso entre os dois lados porque seu governo pretendia aplicar apenas a correção inflacionária dos últimos 12 meses no valor das passagens (3,6%), aumentando a tarifa de R$ 4 para R$ 4,15, enquanto que a equipe de Doria queria um reajuste para R$ 4,25.

"A decisão de enviar o reajuste de tarifa é de competência do Secretário dos Transportes Metropolitanos (Clodoaldo Pelissioni), que concordava em enviar no máximo o valor do reajuste pela inflação (IPC-Fipe). Ele entendia que qualquer aumento maior poderia ser objeto de questionamento pelo Ministério Público", disse França.

Nesta quarta-feira, 2, Doria disse em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes que "faltou coragem" a França para anunciar o reajuste da passagem dos trilhos. Segundo o tucano, havia um entendimento entre as duas equipes durante a transição pela tarifa de R$ 4,25 dos transportes sobre trilhos. O novo valor, segundo o governador, deve ser anunciado nesta quinta-feira, 3.

"O entendimento houve, entre o governo de transição e o governo atual. Houve, inclusive, um anúncio prévio feito pelo ex-governador Márcio França e vocês são testemunhas disso. Numa agenda externa ele falou sobre a tarifa de R$ 4,25. Foi ele que disse, inclusive. Então, não foi falta de entendimento, não foi falta de iniciativa, de presteza da nossa parte nem sequer do Bruno Covas. Foi falta de coragem do governador que deixou o governo de praticar aquilo que outros governadores já fizeram, ainda que em fim de mandato", disse o tucano.

Ônibus. Os dois valores discutidos na transição do governo estadual são menores do que o reajuste da tarifa de ônibus da capital para R$ 4,30, anunciado pela gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) no dia 28 de dezembro. Naquele dia, a gestão Covas informou o governo França sobre a decisão pelo reajuste de 7,5%, acima da inflação dos últimos 12 meses, projetada em 3,6% pelo Banco Central.

Segundo a Prefeitura, o valor de R$ 4,30 corresponde a correção inflacionária de três anos porque em 2017 o então prefeito João Doria decidiu congelar a tarifa em R$ 3,80, conforme havia prometido na campanha. Em 2018, a tarifa subiu para R$ 4,00, abaixo da inflação acumulada dos dois anos anteriores. O reajuste do ônibus entra em vigor no próximo dia 7.

Estadão
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