GCM que matou secretário-adjunto de Osasco é transferido para ‘presídio dos famosos’
Henrique Marival de Souza foi levado para a Penitenciária 2 de Tremembé (SP), onde o ex-jogador Robinho e Alexandre Nardoni estão presos
O guarda municipal Henrique Marival de Souza, de 46 anos, foi transferido para o presídio Dr. José Augusto César Salgado, a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, na tarde dessa quarta-feira, 8. Ele é acusado de matar a tiros o secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, Adilson Custódio Moreira, de 53. A informação foi confirmada ao Terra pela Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (SAP).
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Souza está preso desde a última segunda-feira, 6, quando acertou pelo menos quatro disparos em Moreira, dentro do Paço Municipal da cidade metropolitana, após um conflito durante uma reunião.
De acordo com o Estadão, o suspeito chegou ao local por volta 13h50, e ficará isolado por um período que pode chegar a 20 dias. A medida é padrão. Durante este tempo, o banho de sol não será junto dos demais detentos. Depois, passará para uma cela comum e frequentará atividades coletivas junto dos demais presos.
O presídio de Tremembé é conhecido por receber presos envolvidos em casos de grande repercussão nacional, como Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Elize Matsunaga, Cristian Cravinhos, Lindemberg Alves, Suzane von Richthofen, e mais recentemente, o ex-jogador Robinho.
Crime dentro do Paço Municipal
De acordo com a administração municipal, o conflito aconteceu após uma reunião, convocada por Moreira no Paço Municipal, para anunciar mudanças. Ao final da reunião, o secretário informou que os guardas interessados em conversar em particular poderiam aguardar para serem atendidos.
Souza foi o último a se reunir com a vítima. Armado, aproveitou a oportunidade para rendê-lo, já que o secretário havia deixado sua arma em casa. Segundo a Polícia Civil, pelo menos oito disparos foram efetuados, e ao menos quatro atingiram o secretário.
De acordo com investigações preliminares, o guarda se revoltou com uma mudança de funções determinada por sua chefia e anunciada por Moreira. Ele deixaria de integrar a equipe de segurança pessoal do agora prefeito Gerson Pessoa (Podemos) para retornar às ruas.
Imagens da câmera corporal de um policial mostram um agente conversando com Souza por chamada de vídeo, enquanto ele orienta como deve ser a sua saída da sala. “Mão para cima agora. Aquela porta que você bateu, você vai sair”, diz o policial.
Em outra gravação, outro agente dá as coordenadas. "Pode abrir tranquilo aí. A equipe vai falar com você na porta”, afirma ao guarda. Uma nova imagem registra o momento em que o homem sai da sala. “Pode abrir, Marival, a polícia está aqui. Levanta a mão, levanta a mão, vai caminhar para a sua direita", reforça o agente do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
O atirador permaneceu trancado na sala enquanto negociava sua rendição com policiais militares. Por volta das 19h30, ele concordou em se entregar. O secretário adjunto já estava morto.
O grupamento especializado conduziu as negociações da rendição do guarda junto com homens das polícias Civil, Militar e Guarda Civil Municipal. Os demais funcionários do prédio foram orientados a deixar o local, e os corredores ficaram interditados para a presença das autoridades.
O GCM foi preso e conduzido à Seccional de Polícia. Na terça-feira, 7, durante audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em flagrante do guarda em preventiva.
O laudo necroscópico do corpo de Moreira ainda está pendente. Quando os disparos ocorreram, Souza estava sozinho com ele em uma sala na sede da Prefeitura, e ninguém soube dizer se o secretário foi atingido imediatamente.