Governo autoriza permanência da Força Nacional nos conflitos indígenas em Nonoai
Conflito entre cacicados já deixou feridos e casas incendiadas
O governador Eduardo Leite assinou uma portaria que autoriza a Força Nacional a permanecer atuando nos conflitos indígenas em Nonoai, no norte do Rio Grande do Sul. A medida, articulada pelo Ministério Público do RS (MPRS), também amplia o efetivo para evitar a escalada da violência na região.
O conflito envolve duas lideranças indígenas que disputam o cacicado, gerando uma crise de segurança. Até esta quarta-feira (19), foram incendiadas cerca de 25 casas e houve quatro feridos por tiros, sendo três vítimas de tentativa de homicídio.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) acompanha a situação à distância, justificando a falta de força política e repressiva para conter o conflito. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi Sul) também reforçou que as respostas institucionais até agora foram insuficientes.
A crise foi agravada por arrendamentos de terras para o plantio de soja, supostamente liderados pelo cacique José Horácio Nascimento. A prática teria gerado lucros privados e impedido o uso das terras pela comunidade, aumentando as tensões. Há ainda relatos de pessoas não indígenas armadas no território, apoiando uma das lideranças e intimidando opositores.
A Polícia Federal, Ministério Público Federal, Brigada Militar, Funai e Ministério dos Povos Indígenas seguem monitorando o caso.