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"Governo vai liberar o que for necessário", diz Cláudio Castro sobre chuvas

Governador do estado deu entrevista a jornalistas; também estavam presentes os ministros Waldez Góes e Anielle Franco

16 jan 2024 - 19h18
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Em entrevista a jornalistas nesta terça-feira (16) sobre as fortes chuvas que atingem o estado, o governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) disse que será liberado "o que for necessário".

Governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro
Governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro
Foto: Reprodução/ CanalGov / Perfil Brasil

"Estamos evoluindo no trabalho das chuvas e mostrando que estamos todos unidos em prol de um objetivo em comum, que é ajudar aquelas pessoas que sofreram o impacto". O governador também afirmou que planeja que no futuro "situações como essa não aconteçam mais".

Também estavam presentes os ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Anielle Franco (Igualdade Racial) e os ministros interinos João Paulo Capobianco (Meio Ambiente) e Osmar Almeida Junior (Desenvolvimento Social).

Os ministros se reuniram no Palácio Guanabara para discutir ações de recuperação dos municípios atingidos pelos temporais. O governador confirmou na segunda-feira (15) que ao menos 12 pessoas morreram vítimas de descargas elétricas e afogamentos; uma segue desaparecida.

"Foi uma reunião muito democrática, onde os prefeitos puderam expor que aconteceu nas suas cidades. Essa abertura do diálogo in locoé fundamental. Essa reunião foi para quebrar esses muros e degraus que fazem com que, às vezes, as coisas não andem na prática", ressaltou Castro.

Segundo Castro, o Rio deve liberar inicialmente 30 mil cartões do programa Recomeçar, habitualmente destinados às pessoas fortemente atingidas pelos desastres naturais. A ideia é iniciar a liberação dos recursos já na próxima semana.

"A gente já está nos cadastros junto com as prefeituras. Depois daqui tenho uma reunião de orçamento para falar exatamente deste programa. A ideia é começar as liberações a partir da semana que vem", explicou o governador.

O ministro Góes ressaltou que "já temos um rito de trabalhar em parceria com os estados e municípios, sobretudo nessa agenda de atenção à população atingida. Isso se faz por aproximação ou virtual, ou presencial. Quanto for necessário de ajuda humanitária, de restabelecimento e construção, nós faremos".

Ele ainda declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recomendou que "não falte apoio". "Estamos aqui para isso. Se o orçamento não for suficiente, Medida Provisória (MP), como ele fez ano passado, foram mais de 2.000 municípios que viveram essa situação de emergência ano passado", acrescentou Góes.

Cerca de 600 pessoas ficaram desalojadas, além de inundações, alagamentos, cortes de árvores, desabamentos e deslizamentos.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João do Meriti. Com a medida, os municípios podem solicitar recursos federais para ações de apoio à população, como reconstrução de ruas, vias e casas destruídas pelos temporais.

Chuvas no Rio e o racismo ambiental

A tragédia causada pelas chuvas tem evidenciado a desigualdade na cidade em termos de acesso a serviços como saneamento básico e a moradia digna. Segundo codiretor-executivo do Observatório da Branquitude, Thales Vieira, trata-se de uma tragédia anunciada, ou seja, que é prevista para esta época do ano e, mesmo assim, medidas efetivas não são tomadas.

"Uma tragédia que toda hora a gente sabe que vai ocorrer com maior ou menor potencial de produzir vítimas fatais, mas a gente sabe que todo ano vai ocorrer essa tragédia, sobretudo na Baixada Fluminense", disse Vieira à Agência Brasil.

Vieira ressaltou que a tragédia atingiu principalmente um recorte específico da população, a população negra e de baixa renda. "O racismo ambiental é produto de uma intenção efetiva de não produção de políticas para essas populações de não participação dessas populações das decisões que são tratadas de políticas que efetivamente são feitas ou não são feitas. Essa também é uma forma de fazer política. Então na prática essa população é deixada para morrer", afirmou o especialista.

Segundo Vieira, para mudar a situação é preciso garantir, sobretudo às regiões mais pobres, acesso ao saneamento básico e fazer obras para o escoamento efetivo de água, em regiões de alagamento. Para ele, falta vontade política daqueles que acabam se beneficiando com medidas assistencialistas.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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