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Greve de motoristas continua por mais segurança em Fortaleza

2 jun 2014 - 15h41
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Cinco dias depois de os rodoviários de Fortaleza (CE) começarem a paralisação de cerca de 70% dos ônibus da cidade para cobrar mais segurança, trabalhadores de uma única companhia de ônibus voltaram a cruzar os braços pelo mesmo motivo.

Os funcionários da empresa de transporte Vega paralisaram suas atividades na madrugada desta segunda, depois que um motorista da companhia foi alvo de uma tentativa de assalto.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro), Domingos Gomes Neto, o crime ocorreu em um dos ônibus da linha Beira Rio, na tarde de ontem. De acordo com o sindicalista, o assaltante ficou frustrado com a pequena quantia que o motorista, que acumula a função de cobrador, carregava.

“O marginal achou que R$ 25 era pouco e tentou esfaquear o motorista. Por sorte, o golpe atingiu o assento e o criminoso fugiu em seguida”, contou Neto à Agência Brasil, lembrando que, na semana passada, três trabalhadores foram vítimas da violência em menos de 24 horas, o que motivou a paralisação iniciada na última quinta-feira.

O motorista Francisco Erivaldo foi esfaqueado durante um assalto na noite de quarta-feira  e morreu no dia seguinte. Um adolescente de 13 anos foi apreendido e assumiu a autoria do homicídio. Durante o assalto, o cobrador Francisco Carneiro também foi esfaqueado. Uma terceira vítima, também motorista, já havia sido esfaqueada na noite da última terça-feira, durante uma tentativa de assalto.

O presidente do Sintro disse que a categoria não descarta fazer novas paralisações e até mesmo uma greve geral caso medidas efetivas para garantir a segurança dos rodoviários não sejam adotadas. Ele lembrou o fato de que Fortaleza está entre as capitais mais violentas do País.

“Do jeito que está não podemos garantir que não haja uma nova paralisação. Se ocorrerem novos casos, poderá haver até uma greve geral”, disse o sindicalista, chamando à responsabilidade políticos e empresários. “Temos chamado a atenção do Poder Público, mas achamos que os empresários também têm que cobrar mais segurança dos governantes.A CLT é clara. Os patrões têm que garantir as condições de trabalho para seus empregados. Precisam, portanto, ser mais ousados e cobrar medidas do Poder Público.”

Procurada, a empresa Vega informou não ter um representante que comentasse o assunto. Até a publicação desta matéria, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) também ainda não havia se manifestado.

O presidente do Sintro garantiu à Agência Brasil que as paralisações e a ameaça de greve não têm relação com o fato de os rodoviários estarem em meio às negociações da Convenção Coletiva de Trabalho. Segundo Neto, a falta de avanço nas negociações contribui para ampliar a insatisfação dos trabalhadores, mas as duas paralisações já registradas foram motivadas exclusivamente pela falta de segurança.

Os rodoviários reivindicam aumento salarial de 18%; cesta básica de R$ 120; vale-alimentação no valor unitário de R$ 12. O Sindiônibus, patronal, por sua vez, oferece 5,8% de aumento.

Agência Brasil Agência Brasil
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