Greve de rodoviários continua em várias cidades do País
entrando hoje em seu 13º dia – mesmo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Maranhão tendo decretado, no último domingo, a ilegalidade da paralisação e determinado que ao menos 70% da frota voltasse a circular normalmente–. Em sua decisão, a desembargadora Solange Cristina Passos Cordeiro autorizou as empresas de transporte público ou a prefeitura da capital maranhense a contratar funcionários temporários para substituir motoristas, cobradores e fiscais e garantir que a frota mínima circule. Trabalhadores e empresários não chegam a um acordo sobre o percentual de aumento salarial.
Em Fortaleza, os empregados das empresas municipais Vega e Fretcar e das intermunicipais Princezinha, Guanabara e FretCar Intermunicipal cruzaram os braços. Os rodoviários da Vega paralisaram as atividades nesta segunda, quando o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro), Domingo Gomes Neto, garantiu à Agência Brasil que a paralisação está relacionada à falta de segurança para o trabalho, apesar de a categoria estar em negociação da convenção coletiva de trabalho.
Na semana passada, três trabalhadores foram vítimas da violência em menos de 24 horas, o que motivou a paralisação de um dia do sistema de ônibus local, na última quinta-feira. Hoje, entretanto, a paralisação teve outro motivo, segundo confirmou o vice-presidente do Sintro, Francisco Sérgio Barbosa Medeiros.
"Já havíamos convocado uma assembleia para as 4h de hoje, horário que há a troca de turno. Quando a assembleia acabou, por volta das 6h, e os trabalhadores foram iniciar o expediente, foram avisados de que as empresas descontariam o dia. Diante disso, decidimos paralisar as atividades. Agora, vamos esperar o turno da tarde, as 13 horas, para definir o que fazer", disse Medeiros. Após negociações, os funcionários da Guanabara voltaram ao trabalho.
Os demais, continuam de braços cruzados. Uma nova assembleia está marcada para as 14 horas, quando serão definidos os próximos passos do movimento.
Em Contagem, Minas Gerais, região metropolitana de Belo Horizonte, o protesto dos empregados da empresa Santa Marta, pertencente ao grupo Transmoreira, durou cerca de oito horas, afetando as linhas que atendem a alguns bairros de Contagem, Betim e Belo Horizonte. Segundo Antônio Ferreira da Silva, presidente Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Contagem e Esmeraldas (Sittracon), a paralisação foi motivada pelo descumprimento de cláusulas da convenção de trabalho, assinada em fevereiro deste ano.
De acordo com o sindicalista, a empresa não vinha permitindo que motoristas e cobradores fizessem a pausa de uma hora de almoço prevista na convenção, nem pagando hora extra por esse período trabalhado. Além disso, ao contrário do que a Justiça trabalhista determinou em fevereiro, a empresa ameaçava cobrar dos trabalhadores os dois dias parados durante a negociação da convenção. “Conversarmos com os patrões, que se comprometeram a cumprir o que está na convenção. Sabemos que a paralisação prejudica a população, mas esta é a única forma que temos de garantir o cumprimento de nossas conquistas”, disse Silva à reportagem.