Guardas municipais agridem, com chutes e pisões, homem em situação de rua já algemado em SP
Ação ocorreu na região central de São Paulo; vítima é vista sendo jogada dentro da viatura
Um homem em situação de rua foi agredido com chutes, pisões e socos por vários guardas municipais no centro de São Paulo na manhã deste sábado, 6. A vítima teria reagido à abordagem e chegou a apanhar já algemado. A informação é da TV Globo.
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O caso ocorreu sob o viaduto leste-oeste, entre a Avenida Professor Passoas e a Rua Almirante Mauriti. Agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) da capital realizavam uma operação de limpeza de ruas na região central, quando abordou o rapaz, que teria reagido e logo passou a apanhar.
"Batendo ali, ó. Batendo no cidadão. Tá vendo? É o jeito que os GCMs tratam", diz a pessoa que grava o vídeo.
De acordo com a TV Globo, três guardas abordaram o homem, e um deles usa uma das mãos para segurá-lo e, com a outra, segura uma arma. A vítima resiste, mas é jogada ao chão. Mesmo caído e cercado pelos agentes, leva um chute. O mesmo GCM que chuta passa a socar o homem. Uma outra guarda usa um cacetete para bater no homem, que continua resistindo.
Seis guardas o seguram, e novamente, o jogam no chão e pisam nele. Neste momento, quem estava no local pede para que a guarda pare com as agressões. "O cara não está reagindo, não, chará", pede uma pessoa.
Em seguida, um dos guardas aponta a arma em direção às pessoas que filmavam a cena. No local também havia crianças, conforme a reportagem. Quatro policiais militares acompanham a situação. Depois, os PMs se juntam aos guardas e expulsam as pessoas que estavam próximas.
Quando a viatura da GCM chega, o homem volta a ser agredido, mesmo já algemado. Depois, ele é jogado dentro do carro da guarda.
Naquela região, quem vive nas ruas faz feiras para vender produtos e montam barracas para passar a noite. Moradores relataram à TV que, nos últimos dias, a GCM tem feito uma espécie de "blitz" para recolher o que é vendido nesta feira. Inclusive, foi isso que teria causado a confusão deste sábado.
"Ali na quadra, bastante barracas, tem família, tem crianças lá também. A gente passa por muitas coisas ali. Os policiais querem abusar de nós porque ali tem coisas que acontecem de errado, mas tem gente que é inocente e paga pelo erro dos outros. Eles tomam a barraca, nesse frio, a gente fica dormindo nesse frio", disse a mulher em condições de rua Aline dos Santos.
Na última semana, a juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo Gilsa Elena Rios vetou a GCM de atuar como a Polícia Militar em operações na região central e também de usar bombas de gás e balas de borracha contra os usuários de drogas que frequentam ali.
O Terra pediu esclarecimentos à Prefeitura de São Paulo e também à Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas, até o momento, não teve retorno.
À TV, a prefeitura afirmou que a GCM vai apurar os fatos e poderá aplicar medidas disciplinares depois dos resultados dessa apuração. Já a SSP disse que os PMs que aparecem no vídeo não participaram efetivamente na ação.