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'Há onda de denuncismo exacerbado', diz secretário de Alckmin sobre cartel

Jurandir Fernandes também sugeriu que a imprensa ‘recebe todas as informações sobre as denúncias’ antes que o governo

12 dez 2013 - 14h00
(atualizado às 14h23)
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Jurandir fez, ao lado de Alckmin, a primeira viagem-teste da futura estação Adolfo Pinheiro
Jurandir fez, ao lado de Alckmin, a primeira viagem-teste da futura estação Adolfo Pinheiro
Foto: Bruno Santos / Terra

O secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, afirmou em tom de queixa, nesta quinta-feira, que a imprensa tem acesso a informações sobre irregularidades na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) antes do governo. “Há uma onda de denuncismo exacerbado em que temos que ficar atrás da resposta depois que a coisa já foi”, disse.

A declaração foi dada após a primeira viagem-teste da futura estação Adolfo Pinheiro da Linha 5-Lilás do Metrô, no Largo 13, zona sul da capital paulista. A estação será inaugurada entre 20 e 24 de janeiro do ano que vem e será a 65ª do sistema.

Fernandes se referiu às informações referentes à prática de cartel no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) investigada pelo Ministério Público e noticiada nos últimos meses pela imprensa.

Na última delas, nesta quarta-feira, um telejornal relatou que o MP apura se o Metrô teria orientado a Siemens e a Alstom, investigadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outros contratos, teriam também formado cartel em um contrato de R$ 780 milhões, de 2008, para aquisição de equipamentos que melhorassem o desempenho dos trens do metrô.

Segundo as investigações, uma troca de e-mails entre um ex-diretor da Siemens e um executivo da Alstom indicou que um diretor do Metrô teria orientado as empresas a formarem um consórcio para explorar o serviço licitado.

“Tem que fazer as coisas com mais calma. Primeiro, vocês da imprensa recebem todas as denúncias antes de nós – ficamos sempre correndo atrás de vocês para dar explicação”, reclamou o secretário, que citou pedido de informações, feita por um veículo, ontem às 21h57.

“É preciso fazer as coisas com muito mais calma, ordenar bem, preciso saber pra responder bem. Fiquei preocupado se era alguém do metrô ou deles, mas se dois trocam confidencialidades como vamos saber se tem veracidade com a realidade? Não teve impacto nenhum – ficamos a reboque, não é legal, não é legitimo, não é uma coisa honesta, o todo”, falou.

De acordo com o secretário, a licitação de R$ 780 milhões investigada em um total de R$ 2,5 bilhões de contratos apurados pelo MP – nos quais teria havido superfaturamento em reformas de trens –teve informações enviadas de forma incorreta à Promotoria. Ele não declinou, entretanto, quem o teria feito.

“Há uma confusão medonha nesse caso. Lançaram os R$ 780 milhões do sistema swControle de Trens Baseado em Comunicação (CBTC) em cima da reforma de trem. Isso é uma das coisas mais absurdas que eu já vi, e quem passou essa informação ao MP é um criminoso, porque está errado”, declarou.

Fernandes disse que explicará “com o maior cuidado” o assunto ao promotor Marcelo Milani, de Defesa do Patrimônio Público. Semana passada, Milani afirmou em entrevista coletiva que expedira uma recomendação ao Metrô para que dez contratos de reforma dos trens fossem suspensos por indícios de ilegalidade. Nesse rol, avaliado em R$ 2,5 bilhões, estava o contrato de R$ 780 milhões agora objeto também de apuração sobre suposto cartel.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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