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Haddad critica "ódio partidário" à implantação de ciclovias

18 set 2014 - 12h19
(atualizado às 13h51)
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O prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou ter ficado surpreso com o resultado de uma pesquisa feita pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope, que mostra aprovação de 88% às ciclovias pela população da capital paulista. Para o petista, o alto número veio “mais rápido do que imaginava”, porém Haddad afirmou que enfrenta muitas barreiras na administração municipal, e a principal delas é a forte oposição partidária.

<p>Haddad diz que enfrenta forte oposição partidária a suas propostas de mobilidade</p>
Haddad diz que enfrenta forte oposição partidária a suas propostas de mobilidade
Foto: Foto: Divulgação

“Imaginávamos que tínhamos perdido um pouco de apoio em relação à oposição, mas tudo o que a oposição tem feito, nos jornais, noticiário, não resultou nenhum ganho político para a oposição. Na verdade, houve um apoio de crescimento. Fiz um apelo suprapartidário em defesa do transporte público e individual não motorizado. Os partidos não deviam disputar, mas sim somar a tudo que vem sendo feito”, afirmou Haddad, durante evento da Rede Nossa São Paulo.

“A população está dando uma resposta às medidas. Do mesmo jeito que temos a humildade de reconhecer o erro, peço que as pessoas que não são especialistas no assunto, e comentam todo santo dia do que não entendem, ouçam os técnicos e ouçam o povo, dizendo que faixa e ciclovia fazem sentido numa cidade como São Paulo. Até quando vamos partidarizar o que é consenso no mundo? Pra que fazer disputa partidária? É um apelo que faço. Vamos baixar um pouco o tom, deixar de operar na frequência do ódio partidário e reconhecer o que está dando certo”, completou.

Haddad afirmou não “ter raiva” do carro, mas disse que é preciso ter um equilíbrio entre carro, moto, ônibus, pedestre, metrô e ciclista. “Para minha surpresa (o resultado) foi muito mais rápido do que eu imaginava. Pensei que viesse em quatro, cinco anos. Mas, até pelo atraso da agenda em relação a outras cidades do mundo, conseguimos um apoio mais rápido”.

O evento voltado para mobilidade urbana foi realizado no Sesc Consolação e contou com a presença de outras autoridades, como o secretário estadual de Transportes Jurandir Fernandes, o secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto e os candidatos ao governo do Estado de São Paulo Alexandre Padilha (PT) e Gilberto Maringoni (Psol).

Haddad chegou a dizer que essas barreiras e críticas que enfrenta podem ter relação com as eleições, mas admitiu que encontra mais dificuldades como prefeito da capital paulista do que como ministro da Educação.

“Aqui eu encontro um pouco mais de dificuldade. Não sei se é o calor da eleição, da rispidez do momento. Coisas que eram ansiadas há muito tempo, como prioridade pro transporte público, transporte individual não motorizado, plano diretor. Não estamos tendo o mesmo sucesso. Apesar dos esforços de me aproximar das forças mais conservadoras, temos tido menos sucesso. Aprovamos o plano diretor sem o apoio da oposição, mas estamos com algumas dificuldades em relação à mobilidade. O convite fica pra continuar o debate. Não tenho nada contra o carro, mas tenho a favor do pedestre, do ciclista. É uma questão de equilibrar o jogo e não de deplorar”, disse. 

Fonte: Terra
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