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Haddad muda tom sobre secretário e dá 'carta branca' à Controladoria

Prefeito, que antes havia defendido secretário, afirma agora que 'todas as pessoas do Executivo estão sujeitas' às investigações

12 nov 2013 - 12h25
(atualizado às 12h35)
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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, mudou de tom nesta terça-feira ao falar sobre a possibilidade de que o secretário municipal de Governo, Antonio Donato, esteja envolvido no esquema de fraude na cobrança do Imposto Sobre Serviço (ISS). Antes, Haddad havia defendido o chefe da pasta, afirmando que preferia confiar nas palavras de Donato. Hoje, entretanto, o prefeito disse que a Controladoria Geral do Município tem "carta branca para agir" investigando qualquer funcionário da administração da cidade.

"Todas as pessoas do Executivo municipal estão sujeitas ao controle da Controladoria. Se entender que tem que investigar quem quer que seja, vai fazer. O controlador tem que fazer as coisas com determinação e cautela. Ele não precisa pedir licença pra mim. Ele tem carta branca pra agir, e sabe o momento para chegar à verdade", disse Haddad.

Donato foi alvo de uma denúncia feita pela auditora fiscal do município Paula Sayuri Magamati, que era chefe de gabinete da Secretaria de Finanças - ela era subordinada ao auditor Ronilson Bezerra Rodrigues, um dos quatro suspeitos que foram presos por suspeita de envolvimento no esquema.  Haddad já havia afirmado que havia suspeita de que ela tivesse participação na fraude e até afastou a auditora do cargo na prefeitura, mesmo depois de o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ter afirmado que Magamati era tratada apenas como testemunha no caso.

Segundo Haddad, a apuração do caso foi feita com cautela antes de serem feitos os pedidos de prisão - além de Ronilson Rodrigues, foram presos os auditores Luis Alexandre Magalhães, Eduardo Horle Barcellos e Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral. "Quando começamos a investigação, tivemos toda a cautela, e o Ministério Público também, de só levar os pedidos de prisão quando tivemos certeza do que estava acontecendo. O juiz viu que a coisa era muito grave e muito ampla envolvendo setores inteiros da administração. Agora, os depoimentos são colhidos e estamos avançando as investigações, mas não podemos abdicar da cautela. Foram mais de seis meses nesse procedimento para chegar onde chegamos", disse o prefeito.

O chefe do Executivo municipal explicou a relação de Donato com dois dos auditores presos. De acordo com Haddad, Donato conheceu Rodrigues e Barcellos quando era coordenador de sua campanha à prefeitura.

"O Donato conhecia o Ronilson e o Barcellos da Câmara. Os dois apresentaram estudos na campanha eleitoral sobre o IPVA e o ISS. Eles tentavam se aproximar de quem tinha expectativa de poder, como pessoas desse tipo fazem. Não é absurdo isso porque eles vão em busca de proteção, ainda mais os que cometeram delitos."

Fonte: Terra
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