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Haddad não valoriza papel do movimento, critica MTST em nota

25 jun 2014 - 09h36
(atualizado às 09h49)
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<p>Homem dormiu no meio da rua, na frente da Câmara Municipal</p>
Homem dormiu no meio da rua, na frente da Câmara Municipal
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) divulgou um comunicado nesta terça-feira criticando a declaração dada pelo prefeito Fernando Haddad ao jornal Folha de S. Paulo. Segundo o grupo, o prefeito foi “infeliz” em sua declaração ao associar a manifestação do MTST na Câmara à “violência” e “quebra de ordem”. O movimento está acampado em frente à Câmara Municipal desde ontem para pressionar a votação do projeto que trata da revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) e traz as diretrizes do desenvolvimento urbano do município pelos próximos 16 anos.

"Embora eu considere absolutamente legítimo todo e qualquer movimento reivindicatório, sempre nos colocamos contra qualquer tipo de violência e de quebra de ordem", disse Haddad ao jornal. O prefeito ainda disse ser necessário um “ambiente pacífico” para a votação do Plano Diretor.

Essas palavras causou mal-estar na direção do MTST, que reafirmou a posição do movimento. “O Prefeito demonstra com isso não compreender nem valorizar o papel legítimo de pressão do Movimento sobre as instituições para avançar nas políticas públicas e direitos sociais. Violência é que o mercado imobiliário faz com a cidade, sem qualquer reação à altura do Poder Público”, informou a nota.

 

Manifestação

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), os sem-teto bloqueiam a rua Maria Paula, na pista da esquerda, em frente à Câmara Municipal. A região deve ser evitada pelos motoristas.

O protesto dos sem-teto em direção à Câmara saiu ontem, da praça da República, no centro da capital, por volta das 15h. Guilherme Boulos, um dos coordenadores do MTST, disse que o acampamento não sairá da calçada da Câmara até a aprovação do PDE.

O MTST quer que áreas ocupadas sejam transformadas em Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) e, assim, possam servir a moradias populares.

Após a pressão, líderes do movimento foram recebidos no fim da tarde pelo presidente da Câmara, José Américo (PT), e pelo vereador Alfredinho (PT), líder do PT na Casa e autor de um projeto que regulariza a ocupação Copa do Povo, em Itaquera, na zona leste - a área ficou de fora do Plano Diretor, ao contrário, por exemplo, da ocupação Nova Palestina, no Jardim Ângela, na zona sul.

De acordo com a coordenadora Jussara Basso, ficou acordado na reunião que o PDE e o projeto da Copa do Povo deverão ser votados até sexta-feira. "O acordo foi firmado e não será quebrado", disse Jussara aos manifestantes. Já a assessoria do vereador Alfredinho informou que foi combinado que haverá um "esforço" para acelerar a votação do PDE até sexta - ontem não houve quorum para levar a questão adiante.

O Plano Diretor foi aprovado em primeira votação no dia 30 de abril. Para ser aprovado agora em segundo turno, precisa do voto favorável de 33 vereadores. Para o MTST, vereadores ligados a empreiteiras estão barrando a votação do PDE na Casa. No protesto de hoje, eles exibem faixas e cartazes no qual acusam o vereador Police Neto (PSD) de agir a favor do mercado imobiliário, obstruindo a votação.

Procurado, o vereador negou que seja contra a aprovação do Plano Diretor e disse que não há irregularidade alguma na doação que recebeu. "Foi uma doação pública e legal, que está na prestação de contas da campanha", disse Police Neto, que afirmou ainda que vários outros vereadores receberam doações de empreiteiras. A assessoria do vereador disse também que ele sempre foi a favor da habitação popular e está desde o início engajado com o Plano Diretor.

Novas ocupações

O MTST afirma ainda que fará uma nova ocupação por semana até que o projeto seja votado. “Temos três ou quatro terrenos em vista na capital”, disse Josué Rocha, um dos coordenadores do movimento em São Paulo. Na noite da última sexta-feira, cerca de 800 famílias ocuparam um terreno da construtora Even no Morumbi, zona sul da capital.

“A área estava ociosa há mais de 20 anos”, disse Rocha. A construtora afirma que o terreno foi adquirido há três anos e que a ocupação é “totalmente irregular”. “A empresa tomou todas as medidas legais necessárias para garantir seus direitos e efetivar a reintegração de posse”, informou a Even, em nota.

Fonte: Terra
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