'Hipster da Federal' enfrentava depressão pós-fama e teve surto antes de morte
Mãe do policial deu depoimento à polícia revelando que a família chegou a tentar interná-lo
A mãe do policial federal Lucas Valença, que ficou conhecido como o ‘Hipster da Federal’ durante operações da Lava Jato, deu depoimento à polícia sobre a morte do filho após invasão de uma propriedade privada. O inquérito concluiu que o responsável pela morte agiu em legítima defesa.
Lucas morreu em 2 de março ao tentar invadir uma casa em Buritinópolis (GO). O proprietário do local, que atirou contra o policial, relatou que foi xingado pelo invasor, que tentou arrombar a porta e não parou mesmo com os avisos do dono de que ele estava armado.
No depoimento, da qual o Metrópoles teve acesso, a pastora Maurícia Valença disse que o filho sofria com surtos psicóticos e tinha “muito peso na cabeça” desde que ficou famoso na mídia após aparecer escoltando o ex-deputado Eduardo Cunha até a prisão em uma operação policial.
O episódio também fez Lucas desenvolver um quadro de depressão e começar a consumir bebidas alcoólicas de forma exagerada. "Ele começou a beber o tempo todo, [era] cerveja que ele bebia, e aquilo foi potencializando", detalhou.
Segundo a mãe de Lucas, o filho teve um surto pouco antes de sua morte, que teve início em uma chácara da família. O policial reagiu a uma briga de cachorros e, segundo Maurícia, ficou descontrolado. "Ele começou a desabafar todas as dores de alma que ele tinha, mas daquela forma surtado", disse, acrescentando que Lucas chegou a quebrar coisas no interior da casa.
Tentativa de internação
O depoimento da pastora Maurícia Valença consta ainda o relato de uma tentativa da família de internar Lucas Valença antes de sua morte. A família chegou a encontrar uma vaga em uma clínica de Brasília, mas não conseguiram chegar até lá porque o policial teve um novo surto e fugiu.
Na fuga, ele tentou invadir a casa do homem que prestava serviços de limpeza para a família e foi morto com um tiro no peito.