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Homem é preso com moto clonada durante velório de supostos membros do PCC

Xeque-Mate vestia camiseta com a foto de uma das vítimas do tiroteio que, segundo a polícia, seria membro da facção

29 jan 2024 - 17h32
(atualizado às 17h57)
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Moto apreendida com "Xeque-Mate" era dublê de outro veículo cadastrado na cidade de Orlândia, a 430 km de São Vicente
Moto apreendida com "Xeque-Mate" era dublê de outro veículo cadastrado na cidade de Orlândia, a 430 km de São Vicente
Foto: PM 2º BAEP/Divulgação / Estadão

Um homem foi preso quando saía do velório de três supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) mortos em tiroteio com a polícia, em São Vicente, no litoral sul de São Paulo. Ele pilotava uma moto furtada e com a placa clonada, segundo denúncia apresentada à Polícia Civil. José Wilson do Nascimento Alcântara, de 26 anos, conhecido como "Xeque-Mate", vestia uma camiseta com a foto de uma das vítimas do tiroteio que, segundo a polícia, seria membro da facção criminosa.

A abordagem ao suspeito aconteceu na última sexta-feira, 26, na esquina das ruas Frei Gaspar e Guarani, no Parque São Vicente. A polícia monitorava o local onde se realizava o velório das vítimas e o caminho que o féretro seguiria até o cemitério de São Vicente, em busca de eventuais suspeitos de crimes.

"Xeque-Mate" vestia uma camiseta branca com a foto de um dos mortos, Caio Eduardo Viana Santos, o "Drone", estampada nas costas. Havia também uma frase enaltecendo o falecido, com os dizeres: "Por onde você passou fez história e deixou seu legado. Como dizia você, morre (sic) como homem é o preço da guerra, guerra que não tem fim! Missão concluída, Drone. Descanse em paz, Caio Eduardo Viana dos Santos", diz a mensagem.

Havia ainda a frase: "Sofremos com a covardia, mas não cometemos ela (sic). #Paznasfavelas". O conteúdo da camiseta chamou a atenção dos policiais e "Xeque-Mate" foi abordado.

Pesquisando a placa da moto, os PMs viram que o veículo estava cadastrado em Orlândia, cidade do norte paulista, a 430 quilômetros do litoral. Desconfiada, a equipe entrou em contato com a PM de Orlândia, que foi à residência da proprietária da moto, localizada através do registro no departamento estadual de trânsito. Os policiais constataram que a moto, uma Honda Biz 125, estava estacionada em frente à casa naquele momento.

Segundo a polícia, a moto clonada em São Vicente havia sido furtada no dia 21 de janeiro, porém, "Xeque Mate" negou o crime e disse que havia comprado o veículo. O suspeito foi levado ao 2.º Distrito Policial de São Vicente e autuado em flagrante por receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. A reportagem pediu cópia do auto de prisão em flagrante e aguarda retorno.

Confronto em favela

O tiroteio que resultou na morte de "Drone" e de outros dois suspeitos aconteceu na quarta-feira, 24, no Dique do Piçarro, uma das maiores favelas de São Vicente. No registro do caso, os policiais militares disseram que realizavam uma incursão na comunidade para checar denúncias de tráfico de drogas.

Com a chegada da polícia, cerca de dez pessoas fugiram, mas o suspeito, armado de uma pistola Glock calibre 9 milímetros, teria enfrentado os policiais a tiros. Outros dois supostos cúmplices também teriam atirado contra as viaturas policiais, tendo sido baleados no suposto confronto. Os outros dois homens, de 24 e 30 anos, também portavam armas - uma pistola e um revólver -, segundo a polícia.

Os três homens atingidos pelos tiros foram levados para o Pronto Socorro Central de São Vicente, mas não resistiram à gravidade dos ferimentos. Os policiais apresentaram à Polícia Civil porções de drogas e as três pistolas usadas pelos suspeitos, além de dois radiotransmissores, quatro celulares e duas balanças. As armas da Polícia Militar usadas na ação foram recolhidas para perícia.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública, o caso foi registrado como mortes decorrentes de intervenção policial, resistência, legítima defesa e tentativa de homicídio. A Polícia Civil vai investigar as circunstâncias das mortes.

A reportagem entrou em contato com a defesa de José Wilson Alcântara, o "Xeque-Mate", e aguarda retorno. O Estadão tentou e não conseguiu contato com familiares de Caio Eduardo Viana dos Santos, o "Drone".

Estadão
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