Homem que matou 4 crianças em creche de SC já esfaqueou o padrasto e um cachorro
Assassino se entregou logo após o crime; ele tem ao menos quatro passagens criminais
O homem de 25 anos que matou quatro crianças e feriu outras cinco em uma creche de Blumenau, em Santa Catarina, acumula algumas passagens pela polícia. O assassino se entregou na manhã desta quarta-feira, 5, logo após o atentado no Cantinho do Bom Pastor.
Segundo informou representantes da Polícia Civil em coletiva de imprensa nesta tarde, o agressor já prestou depoimento e deverá ser indiciado por quatro homicídios duplamente qualificados e por quatro tentativas de homicídio triplamente qualificados. Mas, de acordo com o delegado-geral, Ulisses Gabriel, esta não é a primeira vez que ele comete crimes.
A autoridade policial informou que o homem já esfaqueou o padrasto e o cachorro que fica na casa da família. O crime aconteceu em 1º de março de 2021.
"No dia 11 de julho de 2022, ele foi abordado e estava na posse de cocaína, e acabou sendo autuado. No dia 8 de dezembro de 2022, ele quebrou um portão da casa do padrasto e esfaqueou um cão que estava no local", acrescentou Gabriel.
Em 2016 ele também foi abordado por policiais militares, após se envolver em uma briga em uma casa noturna.
Quebra de sigilos do autor do ataque
Ainda de acordo com o delegado-geral, o autor do ataque passou por um breve interrogatório logo após a prisão desta quarta. A quebra dos sigilos telefônico e telemático já foi solicitada.
"Inclusive nas redes sociais, do grupo Meta [Facebook e Instagram], que no primeiro momento da ocorrência já nos conectou e contatou, e disse que está disponível para passar todas as informações", revelou.
A primeiro momento, essas informações serão preservadas, até que a polícia tenha autorização do Judiciário. Apesar do diálogo com as plataformas, o delegado assegurou que o ataque foi um "caso isolado" e "não orquestrado nas redes sociais". Isto é, o homem agiu sozinho, e sem a ajuda de nenhum grupo.
Perfil psicológico e trabalho intensificado
A Polícia Civil incluiu na investigação uma psicóloga policial para auxiliar no perfil psicológico do criminoso. O objetivo é traçar padrões de comportamento para identificar eventuais casos futuros.
"Nós vamos fazer uma análise do perfil psicológico desse indivíduo, para que possamos traçar padrões de comportamento e começar a tratar uma sistemática em Santa Catarina de perfis comportamentais de criminosos que eventualmente possam praticar esses ilícitos penais", afirmou Gabriel.
Desde a última semana, conforme apontaram as autoridades do governo de Santa Catarina, vem sido intensificado o trabalho integrado com as instituições de ensino para que casos como esse sejam evitados. Um deles é o protocolo de prevenção e contingência, em que os profissionais dessas escolas recebem treinamento com as polícias Civil, Militar, Científica e Bombeiros, para que saibam como agir em situações de emergência. A ideia é minimizar os riscos de ataques.
Além disso, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à VIolência (Proerd) também mudou a sua rotina para que a Polícia Militar consiga fazer a segurança no entorno das intituições, aliados às rondas escolares.
"Nós já vínhamos mudando a rotina do nosso Proerd. Nós tínhamos tratado que as aulas fossem no primeiro turno, sempre na entrada dos alunos, assim, o policial já faria a segurança do local. E isso está sendo feito no estado todo", esclareceu o comandante da PM, Aurélio José Pelozato da Rosa.
Como aconteceu o ataque
As vítimas do atentado que ocorreu na creche Cantinho do Bom Pastor tinham de 4 a 7 anos e estavam brincando no parquinho quando o homem de 25 anos invadiu a unidade de ensino com um machadinho. Segundo informações preliminares do tenente-coronel Diogo de Souza Clarindo, comandante do Corpo de Bombeiros, o homem pulou o muro e desferiu golpes nas crianças. Elas foram atingidas na cabeça e morreram na hora.
Quem são as vítimas do ataque?
Ao menos quatro crianças, entre 4 e 7 anos, foram mortas no ataque. São elas:
• B. C. M. - 5 anos
• B. P. C. - 4 anos
• L. M. T. - 7 anos
• E. M. B. - 4 anos
Além disso, duas meninas de 5 anos e dois meninos de 5 e 3 anos foram feridos e levados para o Hospital Santo Antônio. Conforme informado durante a coletiva, o grupo passou por cirurgia e aguarda o retorno da anestesia.
A previsão é de que as crianças sejam encaminhadas para o leito até o final do dia. Já a alta médica deve ocorrer nas próximas 24 horas.