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Homem suspeito chefiar máfia que extorquia e matava comerciantes da 25 de Março é preso pela PF

Segundo as investigações, suspeito tinha três mandados de prisão em aberto e ficou ao menos três anos escondido na Venezuela. Ele foi preso na segunda, 16, em Pacaraima, cidade de Roraima

17 dez 2024 - 14h45
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A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira, 16, um homem suspeito de chefiar um grupo criminoso que extorquia e matava comerciantes chineses das ruas 25 de Março e Santa Ifigênia, na região central de São Paulo. O suspeito havia conseguido escapar de uma grande operação contra supostos integrantes da máfia chinesa, realizada em 2017, pela Polícia Civil de São Paulo.

Ele ficou ao menos três anos escondido na Venezuela e foi preso em Pacaraima, cidade de Roraima, no lado brasileiro da fronteira entre os dois países. O suspeito não teve o nome divulgado, o que impossibilitou o contato com sua defesa.

O homem preso tinha três mandados de prisão em aberto, expedidos pela Justiça paulista. Ele era procurado pelos crimes de homicídio, roubo qualificado, extorsão mediante sequestro e organização criminosa. O suspeito vinha sendo monitorado pela PF e foi preso quando tentava se estabelecer em Pacaraima, cidade de 22 mil habitantes, conhecida por ser a porta de entrada de imigrantes venezuelanos no Brasil.

Movimentação na rua 25 de Março e Ladeira Porto Geral
Movimentação na rua 25 de Março e Ladeira Porto Geral
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

Segundo a PF, o investigado liderava a organização criminosa chinesa que foi alvo da operação da Polícia Civil de São Paulo, em 2017. Na ocasião, 14 chineses foram presos, mas o líder conseguiu fugir. Ele teria viajado por terra até a Venezuela e se escondia próximo à fronteira.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso era originário da província de Fujian, na China, e desenvolveu em São Paulo um esquema de extorsão de seus compatriotas estabelecidos no comércio paulistano, nas regiões da Rua 25 de Março e da Santa Ifigênia. A organização cobrava entre R$ 5 mil e R$ 10 mil mensais de suas vítimas. O grupo é investigado pela morte de três comerciantes que teriam se negado a fazer os pagamentos.

Na época, a Polícia Civil da capital apurou que a máfia fez mais de cem vítimas e, em apenas dois meses, extorquiu o equivalente a US$ 50 mil (cerca de R$ 300 mil). Comerciantes que se negavam a pagar eram mantidos em cárcere privado até efetuar o pagamento. Os mais renitentes eram mortos por executores chineses que faziam parte do grupo mafioso.

A Justiça expediu 20 mandados de prisão preventiva, mas cinco suspeitos, entre eles o que foi preso nesta segunda-feira, conseguiram fugir. Durante aquela operação, foram apreendidas sete armas de fogo com os suspeitos detidos.

Em nota, a PF informou que a prisão do suspeito é resultado da intensificação das ações de suas equipes em área de fronteira, a exemplo do município de Pacaraima. O objetivo é reprimir a atuação de organizações criminosas na região fronteiriça e impedir a formação de grupos criminosos nessa região estratégica.

O homem capturado foi encaminhado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, capital de Roraima, e ficou à disposição da Justiça, segundo a PF.

Estadão
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