Idosa é internada com queimaduras graves no rosto após passar por peeling de fenol no PR
Segundo a Polícia Civil, idosa precisou de atendimento médico após sofrer com dores intensas; responsável pelo procedimento é investigada
Uma mulher de 64 anos foi hospitalizada em Curitiba (PR), com queimaduras graves no rosto, após passar por um procedimento estético de peeling de fenol. De acordo com a Polícia Civil, o caso é investigado como lesão corporal, exercício ilegal da Medicina e uso de produtos falsificadas de fins terapêuticos ou medicinais.
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O procedimento que levou a idosa à internação aconteceu no dia 25 de maio e foi realizado por uma profissional que se apresentou como biomédica. A responsável, no entanto, não tem formação em biomedicina, apurou a investigação.
Cerca de 11 dias após passar pelo peeling de fenol, a idosa passou a sentir dores intensas e precisou de atendimento médico. No hospital, ela foi diagnosticada com queimaduras de segundo e terceiro graus que atingiram a derme, a camada mais profunda da pele.
A paciente ainda precisou ser submetida a uma cirurgia. Segundo a delegada Aline Manzatto, responsável pelo caso, familiares da idosa questionaram a suposta biomédica sobre a necessidade de atendimento médico após o procedimento.
"[Ela] teria afirmado que as dores eram normais e apenas recomendou a aplicação de uma pomada no rosto”, afirmou a delegada. A Polícia Civil realiza diligências para esclarecer as circunstâncias do caso.
Morte por peeling de fenol
O tratamento de peeling de fenol é considerado o procedimento dermatológico mais invasivo, chegando a atingir a derme reticular, a camada mais profunda da pele. No entanto, segundo o médico Felipe Ribeiro, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o peeling é seguro quando feito sob as circunstâncias corretas.
"É um líquido aplicado no rosto que gera um processo inflamatório e 'arranca' as células, obrigando o corpo a produzir novas células. É bem tolerado e seguro. A Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Sociedade Internacional de Peeling revisam, todos os anos, as regras de boas práticas do procedimento", disse Ribeiro ao programa Terra Agora.
O procedimento se tornou alvo de polêmica após a morte do empresário Henrique Chagas, que não resistiu após passar pelo peeling, em uma clínica de São Paulo, em 3 de junho.
"Do nada ele apertou o meu braço, arregalou o olho, já travou a respiração, ficou sufocado e apagou", disse Marcelo Camargo, namorado de Henrique.
A Prefeitura de São Paulo, responsável pela fiscalização do funcionamento de estabelecimentos na cidade, comunicou que a Vigilância Sanitária fechou e multou o Studio Natália Becker, onde Henrique passou pelo tratamento, por realizar o peeling de fenol sem autorização. O local estava autorizado a realizar apenas tratamentos estéticos.