Imagens de TV mostram que mulher sorri para câmera após atiram em idosos no MT
Caso aconteceu no dia 21 de abril e duas pessoas morreram; imagens mostram que atiradora sorri para câmera de segurança
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que mãe e filho invadem uma casa em Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso, e atiram em idosos. Duas pessoas morreram. Os vídeos foram obtidos pelo Fantástico, da TV Globo, e exibidos no domingo, 28.
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De acordo com a reportagem, a família Lavall, vítima no caso, estava reunida em casa no dia 21 de abril para comemorar o aniversário do produtor rural Erneci Lavall, conhecido como "Polaco". Ele e a esposa, Raquel Soares, são os donos da casa que aparece nas imagens.
Por volta de 15h14, uma caminhonete branca estaciona perto da casa e três pessoas descem. Essas pessoas são a pecuarista Inês Gemilaki, de 48 anos, o filho dela, o médico Bruno Gemilaki, de 28 anos, e o cunhado de Inês, Éder Gonçalves.
O portão da casa estava aberto e Inês e Bruno entram no local. Os dois aparecem carregando armas. Eles então vão para um local da casa onde os familiares estavam reunidos. No total, dez pessoas estavam na casa e uma criança dormia no quarto. A maior parte delas estava sentada em uma mesa, jogando cartas.
Nas imagens, é possível ver que Inês atira contra um vidro e passa pelos estilhaços. Ela entra na sala e começa uma sequência de disparos. As pessoas se assustam e começam a correr para se esconder.
Inês então atira contra Rui Luiz Bogo, de 69 anos, uma das pessoas mortas. Na sequência, ela chega a olhar para a câmera de segurança e sorri.
Outra pessoa atingida pelos disparos foi o pai de Raquel, Pilson Pereira da Silva, de 81 anos. Ele levou um tiro e morreu nos braços da filha. "Me senti tão impotente", disse ela à emissora.
O padre José Roberto, que também estava no local, foi atingido, mas sobreviveu.
O vídeo mostra ainda que Inês tentou acertar "Polaco", mas a arma falhou ao menos duas vezes. Segundo a emissora, toda a ação durou cerca de dois minutos.
Mulher 'debochou' para a câmera
Antes de fugir, Inês debochou para a câmera de segurança que havia no local. Imagens obtidas pelo Terra mostram o momento que ela aponta a arma usada no crime e sorri. Além dela, Bruno aparece nas imagens. Ao lado da mãe, ele aponta uma arma, uma espingarda calibre 12, primeiro para a casa e depois para a câmera, simulando vários disparos. Os dois foram embora sorrindo.
A mãe e o filho foram vistos ainda durante a tarde de domingo, adquirindo cerveja, água e refrigerantes enquanto transitavam pela cidade de Matupá, situada aproximadamente a 13 km do local do homicídio. O momento foi registrado por uma câmera na conveniência do posto de combustível.
Segundo a polícia, mãe e filho, que estavam escondidos em uma fazenda, foram presos após a advogada da família entrar em contato com as autoridades e informar a intenção de se entregarem na terça-feira, 23. Na mesma data, o marido de Inês, Márcio Ferreira Gonçalves, e Eder, o cunhado, também foram presos.
Motivação do crime
Conforme o Fantástico, Inês foi inquilina de "Polaco" por mais de um ano e morou na casa onde aconteceu o crime. Em entrevista, ele afirmou que ela, ao deixar a casa, deixou dívida de aluguel, câmeras quebradas e outras avarias.
Segundo o homem, Inês se comprometeu a fazer os consertos, mas não foi o que aconteceu. Polaco então resolver ir à Justiça, mas não conseguiu responsabilizá-la pelos danos.
Antes do crime, Inês também foi registrar um boletim de ocorrência contra "Polaco" e disse que estava recebendo ameaças pela dívida de aluguel.
A delegada do caso, Anna Marien, disse que ainda não é possível saber a motivação do crime. "O boletim de ocorrência já era algo planejado anteriormente. Nós não sabemos o que aconteceu e precisamos aprofundar para chegar a real motivação."
O outro lado
À emissora, a advogada de Inês, Angelita Kemper, afirmou que ela "relatava que sofria inúmeras ameaças por conta dessa ação, ao ponto de culminar que pela outra parte ali não ter gostado da decisão do juiz de ser desfavorável a ele. Ele não aceitava que iria perder o valor".
O advogado de Bruno disse que solicitou tratamento psiquiátrico para o cliente, o que foi deferido durante audiência de custódia. A defesa de Márcio, por sua vez, pediu a revogação da prisão preventiva. Já a defesa de Éder não se posicionou.