Imagens inéditas de TV mostram funcionária de banco segurando a cabeça de idoso morto
Vídeos exibem momentos antes do atendimento de Erika e Paulo no guichê da agência bancária, no Rio; idoso morreu no dia 16 de abril
Imagens inéditas de TV mostram momentos antes do atendimento na agência bancária onde uma mulher levou o tio para sacar empréstimo e foi constatada a morte dele. Nos vídeos, uma funcionária aparece sustentando a cabeça do idoso enquanto Erika vai ao banheiro.
Imagens inéditas do caso do idoso morto em banco no Rio de Janeiro na última semana mostram Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, e o tio, Paulo Roberto Braga, de 68, momentos antes do atendimento no guichê da agência bancária. Os vídeos foram obtidos pelo Fantástico, da TV Globo, e exibidos no domingo, 21.
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Nas imagens, ao sentar para aguardar atendimento, Erika segura a cabeça do tio com a mão. Ao retirar a mão para mexer na bolsa, a cabeça do idoso tomba.
Em certo momento, ela também conversa com uma funcionária do banco e, na sequência, vai ao banheiro. Durante os seis minutos que ela ficou no banheiro, a funcionária foi quem sustentou a cabeça de Paulo. Quando Erika volta, ela tenta dar um copo de água ao tio, mas ele não se mexe.
Depois, no atendimento no guichê, é quando as funcionárias do banco percebem que tem algo errado. Erika e Paulo são levados para uma sala reservada e uma funcionária faz massagem cardíaca no idoso. À emissora, a mulher, que preferiu não se identificar, contou que o homem não se movia e que isso gerou nela um sentimento de impotência. "Mesmo fazendo tudo aquilo que estava ao meu alcance, tudo o que eu espero é esquecer", disse.
Minutos depois, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chega ao local e constata a morte do idoso. Segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML), Paulo morreu por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca, mas outros exames complementares foram pedidos.
As investigações
De acordo com as investigações, o homem já entrou sem vida no banco. "Ela foi com o tio ao banco porque percebeu que ele estava no seu último momento de vida, e tentou, antes que ele morresse, retirar esse dinheiro. Só que, antes de chegar ao banco, ele veio a óbito. Ainda assim, ela viu a possibilidade de fazer o saque desse dinheiro, porque era a última chance que ela tinha de tirar esse dinheiro", disse o delegado Fábio Souza ao Fantástico.
De acordo com a perícia, a morte de Paulo foi entre 11h30 e 14h30 da última terça-feira, 16, no intervalo em que ele e a sobrinha foram até ao banco.
Erika, por sua vez, alega que só percebeu que o tio parou de responder quando foi atendido na agência bancária. A defesa dela afirma que ela estava em estado de negação de que o tio pudesse ter morrido naquele momento. Erika foi indiciada por tentativa de furto mediante fraude e por vilipêndio (menosprezar o cadáver de alguém) e está presa preventivamente no Complexo Penitenciário de Bangu.
Familiares de Erika afirmam que ela tem problemas psiquiátricos. "A minha mãe criou seis filhos. E nunca precisou roubar, enganar ninguém para isso. A minha mãe encaminhou os filhos para a vida, e encaminhou muito bem, nos ensinando o caminho dos estudos, o caminho do que é correto. Tanto que, meus irmãos e eu, nós somos formados, bacharel em direito, passamos em concursos, faculdade. A nossa mãe sempre foi nossa inspiração", disse o filho, Lucas Nunes dos Santos.
Na última terça-feira, 16, Erika levou Paulo na agência bancária para sacar R$ 17 mil de um empréstimo, que estava no nome dele. Parentes afirmam que o valor seria usado em uma obra na casa em que o idoso morava, em Bangu. Segundo a família, o pedido de empréstimo tinha sido feito no dia 25 de março.
Paulo Roberto Braga foi enterrado no fim da manhã de sábado, 20, no Cemitério Campo Grande, no Rio de Janeiro. A cerimônia fúnebre foi acompanhada por cerca de 15 pessoas, segundo o jornal Extra. O enterro durou em torno de 40 minutos.