Imprensa internacional destaca incêndio e falta de verbas para manutenção do Museu Nacional no Rio
Veículos de diversos países publicaram destaques em seus sites para a tragédia no Brasil; acervo do museu abrigava 20 milhões de itens
O incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi destaque dos principais jornais do mundo na manhã desta segunda-feira, 3. A maioria das notícias destacou a falta de verbas para manutenção do mais antigo centro de ciência do País, que havia completado 200 anos em junho. Seu acervo reunia 20 milhões de peças.
O site da rede britânica BBC colocou a notícia em sua manchete, ressaltando que o corte de financiamento foi uma das causas do incêndio. "O museu, o mais antigo do Brasil, é gerenciado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e o governo federal tem lutado contra desequilíbrios orçamentários nos últimos anos. O déficit era cerca de 8% do PIB em 2017", destaca a notícia.
O jornal espanhol El País colocou o tema como destaque principal da área de Internacional no site. A notícia contava um pouco da história do Museu Nacional e lembrava que o local abrigava ossos de dinossauros e o esqueleto mais antigo da América. "O museu não recebia todos os 100 mil euros que necessitava para sua manutenção havia quatro anos, disseram fontes à imprensa brasileira". Com a notícia, um vídeo de visita guiada no local mostra como era uma parte do museu.
O jornal argentino La Nación também destacou o incêndio no Rio de Janeiro em sua sessão Mundo e publicou uma matéria falando da história do Museu Nacional e das milhões de peças destruídas, além de citar a crise financeira no local. "O Museu Nacional era muito afetado pela crise econômica do país e chegou a fechar por duas semanas em 2015 por falta de recursos. Seu diretor Alexander Kellner reclamava constantemente da falta de dinheiro, que dificultava a manutenção do histórico edifício.
No jornal inglês The Guardian, o incêndio no museu ocupava o segundo destaque principal com um vídeo do combate às chamas e o título "'Incalculáveis' perdas enquanto instituição de 200 anos do Rio é destruída". A notícia destacava que o local abrigava obras egípcias, da arte Greco-Romana e os primeiros fósseis encontrados no País.
Os jornais americanos The New York Times e Washington Post destacaram o caso na parte de Internacional de seus sites. As duas notícias ressaltaram as perdas com o incêndio que levou mais de 6 horas para ser controlado e o fato de o acervo possuir 20 milhões de peças.
"Incêndio no Museu Nacional no Brasil ameaça centenas de anos de História", diz o título do NYT. "Bombeiros combatem grande incêncio em museu de 200 anos no Rio", é a chamada do W.Post. Os dois jornais colocaram declarações de autoridades nas matérias, mas não entraram nas causas do incêndio.
O argentino Clarín também noticiou a tragédia no Rio como sua principal chamada na sessão Mundo com o título "As oito maravilhas perdidas no incêndio no Museu Nacional do Rio", listando itens do acervo que foram destruídos pelas chamas: fóssil de Luzia, múmias egípcias e pré-colombianas, fósseis de dinossauros, peças indígenas brasileiras, esculturas da Grécia Antiga, meteoritos, peças da cultura africana e livros e materiais de estudo.