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Investigação aponta ligação entre escola de samba Vai-Vai e o PCC, diz jornal

Agremiação nega acusações e afirma que relatório final da Polícia Civil aponta para inexistência de qualquer vínculo com a facção criminosa

18 dez 2023 - 13h19
(atualizado às 16h33)
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Integrantes da escola de samba Vai-Vai durante o desfile da agremiação em 2022
Integrantes da escola de samba Vai-Vai durante o desfile da agremiação em 2022
Foto: BETE MARQUES/O FOTOGRÁFICO / Estadão

A tradicional escola de samba Vai-Vai, com 15 títulos do carnaval em São Paulo, está no centro de uma investigação da Polícia Civil que aponta uma possível ligação da agremiação com a facção criminosa PCC. Documentos apontam que a escola se tornou um reduto do crime, sendo mencionada em um processo sigiloso de lavagem de dinheiro na Justiça de São Paulo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo. A agremiação nega as acusações. 

O ex-presidente e diretor financeiro da Vai-Vai, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, conhecido como Beto da Bela Vista, é um dos principais alvos da investigação. Relatórios indicam que a escola, sob sua direção, expulsou membros policiais por causa da associação com o PCC.

A polícia identificou essa conexão após receber denúncias sobre o envolvimento de Beto com o crime organizado, realizando diligências em endereços ligados ao ex-diretor e a outros membros da escola. De acordo com as investigações, dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) reforçam suspeitas de participação dele, sua esposa, mãe e outros em esquemas de lavagem de dinheiro.

Outro investigado pela polícia é o diretor presidente do clube de futebol associado à Vai-Vai. A polícia aponta conexões dele com empresas suspeitas de lavagem de dinheiro; ele teria permanecido em silêncio durante o interrogatório.

Segundo o relatório obtido pelo jornal, Luiz Roberto tem antecedentes criminais, esteve preso por aproximadamente dez anos, sendo liberado em agosto de 2014. Entre as acusações, estão formação de quadrilha, roubo, uso de documento falso, desacato, motim de presos, extorsão mediante sequestro, porte ilegal de armas, lesão corporal, resistência, desobediência e dano.

Em abril de 2003, ele foi apontado como integrante de uma quadrilha que tentou roubar o apartamento da ex-mulher do apresentador Jô Soares. Luiz Roberto negou ligações com o PCC e com André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, um foragido ligado à facção.

De acordo com a Folha, o ex-presidente da Vai-Vai também afirmou à polícia que não pratica mais atividades ilícitas e que seu patrimônio é proveniente de herança. Ele alegou frequentar a escola desde a infância, negando qualquer ligação da Vai-Vai com atividades criminosas.

Histórico criminal do irmão de Beto da Bela Vista

O irmão de Luiz Roberto, Luiz Eduardo Marcondes Machado de Barros, conhecido como Du Bela Vista, está preso e tem um histórico criminal. Em 2014, Du foi associado a um plano de resgate de líderes do PCC, incluindo Marco Aurélio Barbosa, utilizando avião e helicópteros. O plano foi descoberto, resultando em punições para os envolvidos.

Du Bela Vista tem acusações por crimes como roubo, falsidade ideológica, porte de drogas, porte ilegal de armas, lesão corporal, dano, receptação, formação de quadrilha, uso de documento falso, tentativa de homicídio, homicídio e corrupção.

Posicionamento da Vai-Vai

Em nota, a Vai-Vai afirma que o relatório final da Polícia Civil afirma categoricamente a inexistência de qualquer indício que aponte para a existência de algum vínculo entre a agremiação e a organização criminosa ou qualquer outra conduta ilícita. Além disso, nega que Luiz Roberto Marcondes teria sido presidente da agremiação. Por fim, destaca que segue trabalhando com transparência e verdade.

Já a advogada Luiza Oliver, que representa Luiz Roberto, afirmou ao jornal que ele nunca foi condenado nem denunciado por fazer parte de uma organização criminosa. Segundo ela, há apenas um processo no qual o irmão dele foi denunciado.

"O Luiz Roberto não tem nenhuma relação com isso. Basta ler a denúncia apresentada pelo Ministério Público para ver. Portanto, é no mínimo temerário associá-lo a essa organização criminosa em razão de condutas atribuídas apenas e tão somente ao irmão. Obviamente, ninguém pode ser responsabilizado por atos de terceiros, mesmo que sejam irmãos", disse ela à Folha.

O Terra solicitou posicionamento para a defesa de Luiz Roberto, mas não obteve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem. 

Fonte: Redação Terra
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