Script = https://s1.trrsf.com/update-1731945833/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Jacarezinho: cenário teve cama com sangue e partes de corpo

Defensoria Pública visitou casas e becos da favela e viu indícios de execução

7 mai 2021 - 15h10
(atualizado às 16h00)
Compartilhar
Exibir comentários
Policiais carregam corpo durante operação na favela do Jacarezinho
Policiais carregam corpo durante operação na favela do Jacarezinho
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

A defensora pública Maria Júlia Miranda, do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria do Rio, esteve no Jacarezinho, zona norte da cidade, pouco depois da matança desta quinta-feira, 6. Logo de cara, deparou-se com becos e casas repletos de sangue.

Operação policial com maior número de mortos na História do Estado, a incursão que vem sendo classificada como Chacina do Jacarezinho tirou 25 vidas - um policial e 24 pessoas cujos nomes ainda não foram revelados.

"Ouvimos muitos relatos de violação de domicílios, mortes. Muitos muros e portas cravejados de balas", conta Maria Júlia.

A equipe da Defensoria entrou em duas casas que serviram, durante a operação, de palco para mortes. "Na primeira, a família foi tirada de casa; morreram dois rapazes na sala. A sala estava repleta de sangue. Havia até partes de corpo - que pareciam massa encefálica, mas é difícil dizer exatamente", diz.

A segunda casa visitada foi o lar de um casal que tem uma filha de 8 anos. Um homem morreu dentro do quarto dela, que viu toda a cena. "Tinha uma poça de sangue no quarto; a cama lotada de sangue, inclusive a coberta que a menina usa. Essa menina está completamente traumatizada", afirma a defensora.

O cenário das casas e o fato de as pessoas terem sido arrastadas já mortas de dentro delas fazem com que a Defensoria veja indícios de execução e de "desfazimento da cena do crime".

Nesta sexta-feira, 7, corpos dos mortos chegaram ao Instituto Médico Legal (IML). Preocupado com a independência das investigações, o Ministério Público do Rio enviou um perito próprio para acompanhar os trabalhos do IML, que é ligado à Polícia Civil - mesma corporação que tocou a operação de ontem.

"O perito vai acompanhar todo o trabalho no IML e registrar, inclusive em imagens, o que for do interesse da investigação independente do MP-RJ", informou. "A apuração criteriosa dos fatos é importante para a avaliação da adoção das medidas de responsabilização aplicáveis. Desde o conhecimento das primeiras notícias referentes à operação, o MP-RJ vem adotando todas as medidas para verificação das circunstâncias em que ocorreram as mortes."

Batizada de Operação Exceptis, a incursão tinha como intuito prender traficantes do Comando Vermelho, facção que comanda o Jacarezinho. No saldo final, contudo, não houve nenhum preso.

Veja também:

Policial fica gravemente ferido ao ser atropelado por motorista embriagado:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade