Homem acusado de jogar a mulher do quarto andar se torna réu
Professor poderá ir a júri popular. Defesa diz que acusações são 'prematuras'
A Justiça aceitou na tarde desta quarta-feira, 8, a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná contra o professor de Biologia Luis Felipe Manvailer, de 32 anos, por feminicídio.
Por decisão da juíza Paola Gonçalves Mancini, ele passará a ser reú no caso e poderá ir a júri popular.
Manvailer, que está detido no Presídio Industrial de Guarapuava (PIG), é acusado de ter jogado a esposa Tatiane Spitzner da janela do quarto andar do prédio onde o casal residia, em Guarapuava. Os advogados de Manvailer terão dez dias para apresentar uma defesa preliminar, além de arrolar testemunhas.
Em nota, a defesa informou que "permanece no aguardo do resultado de exames periciais no corpo da vítima, no apartamento do casal, nas câmeras de segurança, nos smartphones, computadores e HDs apreendidos e na realização de reprodução simulada dos fatos com a participação do acusado".
Ao oferecer denúncia, o Ministério Público também implicou Manvailer em outras situações como qualificadoras do homicídio: motivo fútil, morte mediante asfixia e uso de meio que dificultou a defesa da vítima. Ele também foi denunciado pela prática dos crimes de cárcere privado (por ter impedido a saída da esposa do apartamento) e fraude processual (por ter removido o corpo da vítima do local da queda e limpeza do sangue deixado no elevador).
Para os advogados do professor, qualquer alegação sobre Manvailer é prematura. "Nesse momento é importante reafirmar que qualquer posicionamento sobre o caso, seja dos delegados, promotores, advogados de acusação ou de outro profissional que tenha participado do todo ou de parte deste apuratório (que sequer se encontra efetivamente concluído, já que pendentes importantes diligências) estará tratando de hipóteses especulativas, baseadas em fragmentos, que destoam de comprovação técnica científica", diz a nota.
Manvailer passaria no final desta quarta-feira por avaliações psicológicas e psiquiátricas. A medida atende pedido do Ministério Público junto à Secretaria de Saúde do município, após Manvailer tentar cometer suicídio na cela onde está detido na madrugada de segunda-feira, 6. A defesa tenta a transferência dele, detido no PIG desde o dia 23 de julho, para o Complexo Médico Penal (CMP), na Grande Curitiba, onde teria acesso a um acompanhamento psiquiátrico.
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