Justiça decreta prisão de suspeitos do assassinato de Moïse
Trio foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima e usar meio cruel; um dos presos confessou crime em vídeo, mas negou intenção de matar o congolês
A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão temporária de três acusados de participarem do assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, na semana passada. Os três homens foram presos na terça-feira, 1º. Os nomes deles ainda não foram divulgados oficialmente, e o caso tramita em sigilo.
A autorização da prisão foi concedida pela juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do Plantão Judiciário. O trio foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima e por uso de meio cruel.
Um dos presos é Alisson Cristiano Alves de Oliveira, de 27 anos, que se apresentou à polícia na tarde de terça-feira. Antes, ele gravou um vídeo admitindo a participação nas agressões que resultaram na morte de Moïse. Negou, porém, a intenção de matá-lo.
"Eu sou um dos envolvidos na morte do congolês. Quero deixar bem claro que ninguém queria tirar a vida dele, ninguém quis fazer injustiça, porque ele era negro ou alguém devia a ele. Ele teve um problema com um senhor do quiosque do lado, a gente foi defender o senhor, e infelizmente aconteceu a fatalidade dele perder a vida", afirmou Alisson no vídeo.
Outros dois homens, conhecidos pelos apelidos Tota e Belo, também foram identificados como participantes do espancamento do congolês. Ele levou pauladas e golpes de taco de beisebol, e chegou a ser amarrado enquanto era agredido.