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Justiça mantém prisão de PM suspeito de matar adolescente de 16 anos em SP

Thiago Guerra, de 38 anos, teria efetuado disparo que resultou na morte de Victoria Manoelly dos Santos; defesa do agente ainda não se manifestou

11 jan 2025 - 18h42
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A Justiça paulista, após audiência de custódia realizada neste sábado, 11, converteu a prisão do sargento da Polícia Militar Thiago Guerra, de 38 anos, em preventiva. O agente teria efetuado o disparo que resultou na morte de Victoria Manoelly dos Santos, de 16 anos, em abordagem policial realizada na madrugada desta sexta-feira, 10, em Guaianazes, zona leste de São Paulo.

Procurada pela reportagem, a defesa do policial militar ainda não se manifestou.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), em nota enviada à reportagem nesta sexta, lamentou a morte da adolescnete e disse que investiga o caso. A ocorrência foi registrada no 50º Distrito Policial (Itaim Paulista). "A Polícia Civil busca por imagens e demais elementos que possam esclarecer os fatos", afirmou a pasta (leia mais abaixo).

Como mostrou o Estadão, segundo o boletim de ocorrência do caso, Victoria Manoelly e o irmão, Kauê Alexandre do Santos, de 21 anos, foram abordados nos arredores de uma adega na Rua Capitão Pucci depois que um grupo de policiais passou a perseguir os autores de um possível assalto na região.

Testemunhas relataram que houve uma confusão no local e que um dos policiais disparou um tiro, atingindo o tórax de Victoria Manoelly. A jovem chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

Em depoimento, foram apresentadas versões distintas sobre o ocorrido. O irmão de Victoria contou que, em meio à perseguição aos suspeitos de roubo, um dos PMs começou a questionar os irmãos.

Durante a discussão, o agente teria agarrado Kauê pela gola da camiseta, apontado a arma para o seu rosto e acertado uma coronhada na sua cabeça. A arma disparou e acertou Victoria.

Já o PM disse que Kauê estava com as mãos na região da cintura, "dizendo que não iria ser abordado", e que, depois, o rapaz teria dado um tapa em sua mão para tentar se esquivar. Nesse momento, segundo o policial, sua arma disparou e atingiu a região próxima ao ombro da adolescente.

Após ouvir testemunhas e analisar imagens das câmeras corporais, o delegado Victor Sáfadi Maricato argumentou que "a ação do Sargento Guerra, ao desferir uma coronhada na cabeça de Kauê Alexandre dos Santos Lima, deu causa ao disparo acidental que atingiu a vítima".

"No início da lavratura desta ocorrência, o Sargento Guerra foi ouvido como testemunha. Porém, após as demais oitivas e, primordialmente, com a análise das imagens corporais da câmera de segurança, passou a figurar como indiciado", finalizou o delegado.

O delegado ressaltou ainda que dar coronhadas não corresponde "às doutrinas das polícias brasileiras" e que quem faz isso assume riscos do resultado. Por essa razão, indiciou o sargento Thiago Guerra pelo crime de homicídio. Nesta sexta, a defesa do policial informou que não iria se manifestar.

A Ouvidoria da Polícia de São Paulo solicitou o afastamento dos policiais envolvidos na ocorrência à Corregedoria da Polícia Militar e ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O órgão pediu acesso às imagens das câmeras operacionais e do entorno.

"É preciso apuração rigorosa também no que toca ao tempo de socorro da vítima, além da punição exemplar dos culpados para que não se pague mais com jovens vidas o preço de uma violência que se cristaliza nas tropas policiais de nosso estado", informou a Ouvidoria, também por meio de nota.

A Polícia Militar afirmou, em nota enviada à reportagem nesta sexta, que "não compactua com excessos ou desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que desobedecem aos protocolos estabelecidos pela corporação".

"A arma do policial foi recolhida e as imagens das câmeras corporais estão sendo analisadas. A PM também instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias da ocorrência", acrescentou a corporação.

Estadão
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