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Laudo aponta fissuras em gruta que desmoronou e matou 9 bombeiros em Altinópolis

Nove pessoas morreram durante treinamento no local no dia 31 de outubro. Documento recomenda que interdição seja mantida em razão do risco de novos desmoronamentos

11 nov 2021 - 14h26
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SOROCABA - Um laudo assinado por geólogos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, apontou fissuras e falhas na estrutura da gruta Duas Bocas, que desabou e matou nove bombeiros, no último dia 31, em Altinópolis, interior de São Paulo. O documento, assinado também por especialistas da Defesa Civil e do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), recomenda que seja mantida a interdição da caverna devido ao risco de novos desmoronamentos.

A Real Time, empresa que dava treinamento aos bombeiros, informou que a gruta foi inspecionada antes do treinamento e apresentava condições normais, porém chovia muito quando aconteceu o acidente.

O laudo foi feito após vistoria realizada no local da tragédia dois dias depois do acidente. Os peritos afirmam que as estruturas da gruta apresentam fraturas e fissuras que favorecem a queda de placas. Os especialistas recomendam a realização de estudos geológicos e técnicos para verificar melhor a estabilidade da estrutura.

Enquanto isso, a gruta deve continuar interditada ao acesso público. Eles recomendaram ainda que essa e outras grutas da região tenham monitoramento constante e sistemático, principalmente nos períodos chuvosos.

A Polícia Civil de Altinópolis informou que ainda aguarda a conclusão do laudo elaborado pelos peritos do Instituto de Criminalística de Ribeirão Preto para concluir o inquérito que apura o desabamento com mortes.

Em depoimento, testemunhas disseram que um instrutor morto no acidente vistoriou a gruta em dias anteriores e horas antes do desabamento, não tendo sido notadas anormalidades. Conforme o delegado Rodrigo Salvino Patto, os indícios apontam para um fato extraordinário e imprevisível, mas ainda é preciso analisar as conclusões do laudo pericial.

O desmoronamento aconteceu na madrugada do dia 31 de outubro, quando 28 pessoas, entre bombeiros civis e instrutores, realizavam um treinamento de busca e resgate em cavernas. Dez pessoas ficaram soterradas, mas uma foi retirada com ferimentos dos escombros e sobreviveu. Entre os nove mortos - cinco homens e quatro mulheres -, seis eram de Batatais, cidade da região. As outras eram de Altinópolis e Sales Oliveira, também na região, e de Monte Santos de Minas (MG).

O sócio proprietário da Real Time Treinamento, Sebastião Abreu, disse que não teve acesso ao laudo do IPT e que vai aguardar o laudo oficial da perícia para se manifestar. Sua sócia, Tainá Pereira, afirmou que o desabamento da gruta foi imprevisível e que ninguém imaginava que iria acontecer.

Estadão
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