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Polícia

Laudo aponta que empresário morto após peeling de fenol sofreu 'edema pulmonar agudo'

Informação consta em exame necroscópico elaborado pelo Instituto Médico Legal

17 jul 2024 - 17h20
(atualizado às 20h22)
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Empresário Henrique Chagas, de 27 anos, morreu depois de fazer procedimento estético no rosto
Empresário Henrique Chagas, de 27 anos, morreu depois de fazer procedimento estético no rosto
Foto: Reprodução/Rick Chagas no Facebook / Estadão

O empresário Henrique Chagas, que morreu após passar um procedimento de peeling de fenol, sofreu uma 'parada cardiorrespiratória' causada por um 'edema pulmonar agudo' ao inalar a substância, informou o Instituto Médico Legal em laudo da Polícia Técnico-Científica. A informação é da TV Globo e foi confirmada pelo Terra

Chagas morreu no começo de junho passado, após passar pelo procedimento estético em uma clínica de São Paulo. Já o exame pericial ficou pronto nesta semana. O edema pulmonar agudo é uma condição de emergência médica caracterizada pelo acúmulo de líquido nos pulmões. 

O caso aconteceu em 3 de junho, quando Chagas foi submetido ao tratamento no espaço Studio Natalia Becker em Campo Belo, região nobre da capital paulistana. O procedimento, considerado o mais invasivo no meio estético, remove as células do rosto para que o corpo produza novas. 

Natalia Becker (à dir.) teria feito cortes na pele do rosto de Henrique Chagas (à esq.), que morreu após passar pelo procedimento de peeling de fenol
Natalia Becker (à dir.) teria feito cortes na pele do rosto de Henrique Chagas (à esq.), que morreu após passar pelo procedimento de peeling de fenol
Foto: Reprodução/Divulgação/ Marcelo Camargo/TV Record

O protético Marcelo Camargo, namorado da vítima, acompanhou o empresário na clínica, durante o procedimento. Ao Terra, ele contou detalhes sobre os últimos momentos de vida do companheiro: "Do nada, ele apertou o meu braço, arregalou o olho, já travou a respiração, ficou sufocado e apagou". 

De acordo com o exame necroscópico, foi constatada a 'presença da substância química fenol na análise do fragmento de pele e tecido estuados em dose qualitativa'. O laudo apontou, também, que Chagas teve lesões internas na 'boca, epiglote, laringe, traqueia e pulmões'. As alterações causaram 'danos na função respiratória'. 

Ainda segundo o documento, as feridas e cortes, causados pelo procedimento, no rosto de Henrique podem ter facilitado a absorção do produto.  

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Procedimento invasivo

A morte de Henrique Chagas levantou uma série de dúvidas sobre a segurança do procedimento descrito como peeling de fenol. De acordo com o médico Felipe Ribeiro, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o tratamento é seguro quando feito sob as circunstâncias corretas.

De acordo com Ribeiro, entre os procedimentos estéticos, o peeling de fenol é o mais invasivo, atingindo a derme reticular, a camada mais profunda da pele. No entanto, o médico afirma que o peeling é extremamente seguro, realizado tanto para tratamento estético quanto de doenças.

"É um líquido aplicado no rosto que gera um processo inflamatório e 'arranca' as células, obrigando o corpo a produzir novas células. É bem tolerado e seguro. A Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Sociedade Internacional de Peeling revisam, todos os anos, as regras de boas práticas do procedimento", afirma Ribeiro.

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O dermatologista reitera que, apesar da segurança, há necessidade de que o procedimento seja realizado por médicos. "Existe todo um protocolo que é pedido para todos os pacientes, como eletrocardiograma, exames de urina e sangue. Há, depois, uma segunda consulta onde checamos os exames e se há alguma contraindicação". 

"Se a regra for seguida, não há relato de morte. No passado, esse procedimento era realizado por biomédicos, cabeleireiras, em casa ou em salões. Desde a regulamentação, o último caso de morte foi em 2007", explicou.

O especialista explicou que, no procedimento, o ácido passa pelas camadas da pele até chegar à derme, onde há vasos sanguíneos. Dessa forma, o fenol chega a órgãos como o coração, rins e fígado, responsáveis por filtrar a segurança. "Quando algum desses órgãos não está íntegro, acontecem os problemas". 

"A parada cardíaca é rara. A arritima acontece em 7% dos pacientes que fazem o fenol, depois de 20 segundos da aplicação. Pode haver uma alteração cardíaca, mas a gente é preparado para reverter, não é uma complicação inesperada. Quanto aos rins e fígado, já sabemos que o paciente não tem problemas porque pedimos exames precocemente", apontou Ribeiro.

Fonte: Redação Terra
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