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Lucinha era chamada de 'madrinha' por milicianos e ajudou a soltar presos em flagrante

Deputada estadual é alvo de mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira, 18, na operação Batismo, da PF e MPRJ

18 dez 2023 - 12h01
(atualizado às 13h40)
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Deputada estadual Lucinha (PSD-RJ)
Deputada estadual Lucinha (PSD-RJ)
Foto: Reprodução/Instagram/@lucinhafaz

A deputada estadual do Rio de Janeiro Lúcia Helena de Amaral Pinto, a Lucinha, do PSD, é alvo de mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira, 18, em operação que apura a participação e a articulação política da parlamentar em benefício da milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que atua na região de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Segundo fontes da Polícia Federal e do Ministério Público à coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, a investigação mostrou que a parlamentar era chamada de "Madrinha" pelas lideranças do grupo criminoso e executou várias missões para a milícia de Zinho.

Entre as missões da parlamentar, conforme o jornal, estavam afastar dos cargos policiais que poderiam atrapalhar os negócios da quadrilha e interferir para soltar milicianos que tinham sido presos em flagrante. De acordo com a coluna, Lucinha atuou em casos, como:

  • Tirar o tenente-coronel Claudio Eduardo Lopes de Oliveira do comando do 27º Batalhão da PM, em Santa Cruz, região dominada pela milícia;
  • Tirar o major Elton de Lima Marques da 8º delegacia de Polícia Judiciária, que investiga atuação de policiais em narcomilícias;
  • Ajudar a tirar quatro milicianos presos em flagrante em uma operação do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões da PM.

Nesse último caso, os investigadores da PF apontam que há "robustos indícios de que policiais militares do Recom prenderam os milicianos, e após interferência de Madrinha, os soltaram. Em seguida, apresentaram a ocorrência na 36ª DP sem presos e com uma versão fantasiosa de que localizaram o automóvel com perfurações, abandonado, e com farto material vinculado à milícia privada".

Já nos casos do tenente-coronel e do major, eles deixaram os cargos em agosto de 2022, menos de um ano após as posses, que ocorreram em novembro de 2021.

Operação Batismo

A PF, em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, deflagrou a operação Batismo na manhã desta segunda. A ação é um desdobramento da operação Dinastia, deflagrada em agosto de 2022.

Agentes da PF cumprem oito mandados de busca e apreensão nos bairros de Campo de Grande, Santa Cruz e Inhoaíba, todos na Zona Oeste, assim como em gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

"As investigações apontam a participação ativa de uma deputada estadual e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção", informou a PF.

A Justiça também determinou o afastamento imediato das funções legislativas da deputada, proibição de manter contatos com determinados agentes públicos e políticos, além de proibição de frequentar a casa legislativa.

O Terra busca contato com a deputada Lucinha. O espaço está aberto para manifestações.

Fonte: Redação Terra
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