Mãe de jovem indígena queimada com aparelho de fondue lamenta morte da filha: ‘Não sei como vou seguir’
Jaqueline Tedesco teve 30% do corpo queimado e ficou seis dias internada na UTI; polícia investiga o caso
Jaqueline Tedesco, de 26 anos, morreu seis dias após ser queimada por aparelho de fondue, enquanto comemorava junto de familiares sua formatura em Direito. A jovem indígena do povo Kaigang teve 30% do corpo queimado. A Polícia Civil investiga responsabilidade do restaurante.
Uma jovem de 26 anos morreu após ser queimada por aparelho de fondue e ficar seis dias internada em UTI, em Rio Grande (RN). Jaqueline Tedesco, indígena do povo Kaigang, estava comemorando a formatura em Direito com a família quando o acidente ocorreu. O caso é investigado pela Polícia Civil.
De acordo com a RBS TV, afiliada da Rede Globo, a jovem estudou na Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e havia colado grau no último sábado, 9. Após o evento, ela foi até um restaurante da cidade para celebrar junto dos familiares.
Ela e os convidados pediram uma sequência de fondue, e quando chegou à mesa, perceberam que o fogo que mantinha a pedra do aparelho quente havia se apagado. Solicitaram à garçonete que reacendesse as chamas, e nesse momento, a garrafa de álcool usada para isso explodiu.
As chamas atingiram Jaqueline, que precisou ser socorrida até a Santa Casa de Rio Grande, onde ficou internada em estado grave por seis dias na UTI. Ela teve 30% do corpo queimado, e morreu na madrugada de sexta-feira, 15, após ter duas paradas cardíacas.
"Não está fácil e não vai ser fácil para mim. Eu não sei como eu vou seguir a minha vida sem ela, porque eu vim para cá para levar minha filha advogada e tô levando dentro de um caixão", lamentou a mãe da vítima Joceli Moraes.
Agora a polícia investiga a responsabilidade do restaurante no acidente. "Em depoimento, os proprietários disseram que as imagens não ficam gravadas, que só há câmeras, mas não há imagens. Então, nós pegamos esse DVR com mandado de busca, encaminhamos para o GP para analisar e ver se de fato é o que foi dito", revela o delegado Maiquel Fonseca.
"Existe uma situação que precisa ser apurada, mas independente disso, o foco agora é solidariedade e respeito, tanto à família quanto aos amigos que perderam a Jaqueline. A questão técnica vai ficar reservada ao momento certo, que ainda está em trâmite", afirma o advogado da família Afonso Celso Pupe Neto.
Jaqueline foi velada em Rio Grande nesta sexta, e o corpo foi levado à noite para a cidade de Garibaldi, onde a família mora. O corpo dela deve ser velado na tarde deste sábado, 16.
"A minha filha conquistou, longe de nós todo esse tempo, 5 ou 6 anos, o povo aqui. Se deu com todo mundo, todo mundo queria tão bem ela", afirma o pai Valdemir Tedesco.