Manifestantes do MST entram em confronto com PM em Brasília
Uma manifestação com cerca de 15 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acabou em confronto com a Polícia Militar na tarde desta quarta-feira em Brasília. O protesto ocorreu na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, e deixou mais de 40 feridos.
Alguns integrantes do movimento derrubaram as grades laterais do Congresso e avançaram em direção ao prédio. Parte dos manifestantes chegou a jogar pedaços de pau e pedras nos policiais, que revidaram com bombas de efeito moral. Segundo a PM, 30 policiais foram feridos, sendo oito com gravidade. O MST, por sua vez, disse que o confronto deixou 12 manifestantes feridos.
Após líderes do MST pedirem para que os manifestantes se acalmassem, o grupo começou a retornar para o Ginásio Nilson Nelson, onde está concentrado.
O MST, que completa 30 anos em 2014, está em Brasília, para, entre outras pautas, levar ao governo federal uma lista de reivindicações sobre políticas de reforma agrária. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, responsável pela interlocução com os monvimentos sociais, conversou com a liderança do movimento e recebeu uma lista de propostas.
Carvalho reconheceu que houve uma redução nos assentamentos durante o ano de 2013, mas ponderou que houve um incremento no apoio a cooperativas. “Nós temos consciência dos nossos limites. É um trabalho que tem contradições. Tem avanços e recuos, nós reconhecemos isso”, afirmou o ministro.
O protesto é uma marcha com o objetivo de denunciar a “paralisia da reforma agrária no Brasil”. Os manifestantes entoavam gritos e exibem cartazes. As mensagens mais chamativas foram "Dilma ruralista", "Dilma, cadê a reforma agrária?", "Exigimos uma reforma política" e "Dilma, se liberte do agronegócio".
A presidente Dilma Rousseff prometeu receber um grupo de sem-terra nesta quinta-feira, em audiência marcada para as 9h. Dilma não estava no Palácio do Planalto no momento da confusão entre policiais e manifestantes – ela despacha hoje no Alvorada, sua residência oficial, localizado a cerca de seis quilômetros do local do protesto.
Enquanto a PM fazia o policiamento na Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto era protegido pelo Batalhão de Choque do Exército. Segundo a PM, 400 policiais estavam envolvidos no acompanhamento da manifestação - 250 na Praça dos Três Poderes.
O presidente do PT, Rui Falcão, teve dificuldades para chegar à Câmara dos Deputados por causa da manifestação. Ele se reuniu com o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), pré-candidato ao governo do Rio. Durante o encontro, que tratou sobre o palanque da presidente no Rio de Janeiro, Falcão acompanhou pela TV a manifestação. "O governo tem feito (a reforma agrária), mas os movimentos sempre querem mais", disse.
Protesto interrompe sessão no STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) interrompeu a sessão de julgamentos desta tarde devido a uma ameaça de invasão por alguns integrantes do MST durante a manifestação na Praça dos Três Poderes. Eles derrubaram as grades que faziam a proteção do prédio. Para evitar a invasão do prédio, seguranças do Supremo e soldados da Policia Militar entraram em conflito. A tentativa de invasão do prédio aconteceu no momento em que os ministros estavam reunidos no plenário da Corte.
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, não estava no plenário no momento em que os fatos ocorreram. A sessão era presidida pelo vice-presidente Ricardo Lewandowski, que interrompeu os trabalhados ao ser alertado pela equipe de segurança. “Fui informado agora pela segurança que o tribunal corre o risco de ser invadido. Vamos fazer um intervalo na sessão”, disse. A sessão foi retomada após 50 minutos.
Com informações da Agência Brasil e Reuters