Manifestantes e PM voltam a entrar em confronto em ato do MPL
Três pessoas foram detidas e PM disparou balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes
Três pessoas foram detidas nesta quinta-feira, 16, em ato do Movimento Passe Livre no centro da cidade, na região da Praça da República. A manifestação foi marcada por confronto com a polícia, que disparou balas de borracha e usou bombas de efeito moral contra os manifestantes. Os acessos à estação República do metrô foram fechados. A PM não informou o motivo das detenções.
Alegando as condições de trânsito e os alagamentos na cidade, a Polícia Militar impediu a passeata, que sairia do Teatro Municipal em direção à Avenida Paulista. Um mediador da corporação informou ao grupo de dezenas de pessoas que eles poderiam se concentrar em frente ao Teatro, mas que não deveriam sair dali.
Sustentando que o trajeto já havia sido apresentado previamente e o direito à manifestação, o grupo se esquivou da barreira montada por dezenas de policiais e seguiu do Teatro até a Praça da República. No caminho, os policiais voltaram a tentar impedir a passeata, o que causou confusão na altura da Avenida São João.
O ato seguiu até a Praça da República, onde encontrou reforço policial composto por agentes do Batalhão de Ações Especiais (Baep). Foi o terceiro protesto do MPL deste ano contra a alta da tarifa do transporte público, que desde 1º de janeiro passou de R$ 4,30 para R$ 4,40. Eles criticam o aumento e pedem melhoria na prestação do serviço à população.
Por volta de 20h, a PM voltou a usar bombas e dispersou um grupo que estava na Avenida Ipiranga. Houve correria pelas ruas adjacentes, como a Rua Barão de Itapetininga, onde estabelecimentos foram fechados às pressas. Em meio à confusão, uma agência bancária foi depredada na rua Sete de Abril. Logo depois, o ato se dispersou.
As detenções dos manifestantes aconteceram quando o movimento já tinha perdido parte da adesão e restavam poucas dezenas de pessoas posicionadas na Avenida Ipiranga. As primeiras prisões foram de mulheres que compunham a linha de frente e seguravam uma faixa do grupo. Ao tentar acompanhá-las e prestar apoio, outra mulher foi puxada pelo cabelo e também detida.
Depois das prisões, manifestantes atiraram pedras em direção aos policiais, que responderam com bombas e balas de borracha.
O fotógrafo da Ponte Jornalismo Daniel Arroyo relatou pelas redes sociais do veículo que levou três chutes de um policial militar enquanto cobria a manifestação. "Dá para perceber que estou trabalhando, estou com credencial, câmera na mão, capacete. Tomei três chutes da tropa militar", disse.
O Estadão pediu um posicionamento da Secretaria da Segurança Pública sobre a ação da PM e aguarda resposta.
Na concentração do ato, a integrante do MPL Gabriela Dantas afirmou que o MPL deve continuar fazendo outros protestos. "Vamos ficar firmes, não vamos sair da rua. Não vamos baixar a cabeça diante da repressão", afirmou. O grupo anunciou que fará um novo ato contra o aumento das tarifas no dia 21, terça-feira da semana que vem. Os outros dois protestos terminaram em confusão na semana passada quando o grupo chegou a estações de metrô.