Manifestantes protestam no Rio após morte de menina de 8 anos
Um protesto contra a política de segurança do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), reuniu centenas de manifestantes em frente à sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nesta segunda-feira (23). O ato foi convocado pelas redes sociais em função da morte de Ághata Félix, de 8 anos, vítima de uma bala perdida que teria sido disparada pela Polícia Militar, na última sexta-feira (20), no complexo de favelas do Alemão, na zona norte.
Políticos e líderes comunitários discursaram, atacando a política de confronto adotada por Witzel. Entre os discursos, o público entoou coros como "Witzel assassino" e "não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar".
Uma tia de Ághata, Daniele Félix, também participou do ato. "Estamos aqui para cobrar justiça. Que este caso não seja mais um na estatística de bala perdida dentro da comunidade", disse. "Ághata era uma linda de apenas 8 anos que estudou a manhã inteira, foi passear com a mãe à tarde e estava a cinco minutos de casa. Estar aqui significa pra gente não deixar cair na estatística que nem tantos outros já viraram", prosseguiu a tia.
Em manifesto distribuído durante o ato, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos classifica a conduta da Polícia Militar do Rio de Janeiro como "terrorismo de Estado". Horas antes, o governador afirmou que a morte de Ághata foi um "ato isolado" e não vai mudar a política de segurança do Estado, que segundo ele tem produzido resultados satisfatórios.