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Manifestantes voltam a ocupar escadarias da Câmara Municipal do Rio

18 out 2013 - 19h03
(atualizado às 20h37)
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<p>Eles novamente colaram cartazes de protesto no pr&eacute;dio e discursaram contra a viol&ecirc;ncia policial, fazendo um minuto de sil&ecirc;ncio pelas pessoas que foram presas na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira</p>
Eles novamente colaram cartazes de protesto no prédio e discursaram contra a violência policial, fazendo um minuto de silêncio pelas pessoas que foram presas na última terça-feira
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Três dias depois de terem sido expulsos das escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, manifestantes voltaram nesta sexta-feira a ocupar o espaço. Eles novamente colaram cartazes de protesto no prédio e discursaram contra a violência policial, fazendo um minuto de silêncio pelas pessoas que foram presas na última terça-feira.

Durante o ato, o nome de cada preso foi chamado, um a um, ao qual os manifestantes gritavam "presente". Dos 190 detidos, 84 foram presos e enviados para a cadeia, embora a Justiça já tenha determinado a libertação de boa parte deles.

A maior parte dos manifestantes é formada por professores estaduais e municipais, com apoio de estudantes, sindicalistas, estudantes e lideranças indígenas. O magistério do município está em greve desde o dia 8 de agosto e luta contra o plano de cargos e salários enviado pelo prefeito Eduardo Paes e aprovado pela Câmara no último dia 1º, após duros confrontos entre policiais militares e os manifestantes, que foram impedidos de entrar no prédio para acompanhar a votação.

Petroleiros aproveitaram o protesto para distribuir panfletos contra o leilão do Campo de Libra, marcado para a próxima segunda-feira, o primeiro do pré-sal sob o regime de partilha. Um esquema de segurança especial, com apoio das Forças Armadas, foi montado em torno do hotel onde ocorrerá o leilão, na Barra da Tijuca, como medida de prevenção aos protestos populares.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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