Marcelinho Carioca é citado pela Justiça por dívida com hospital, após 3 anos de buscas
Justiça citou ex-jogador em edital após não conseguir encontrá-lo para fazer cobrança de dívida de R$ 123 mil
A Justiça de São Paulo citou o ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca por meio de um edital, depois de passar três anos atrás dele, para responder por uma dívida de R$ 123 mil com um hospital da capital paulista. A autora da ação é uma advogada, que diz ter arcado com os custos do tratamento da mãe de Marcelinho, Sueli. As informações são do colunista Diego Garcia, do UOL.
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A citação foi publicada no Diário Oficial do Tribunal de Justiça de São Paulo em abril deste ano, por ordem do juiz Silas Dias de Oliveira Filho, da 5ª Vara Cível, do Foro de Santo André.
Quando uma pessoa é citada por edital, isso significa que a Justiça esgotou todas as outras tentativas possíveis de realizar a citação da pessoa que foi acionada judicialmente.
Segundo o colunista, a primeira tentativa de encontrar Marcelinho aconteceu em agosto de 2021. A carta de citação foi recebida por um porteiro, e outras tentativas foram feitas até que, em julho de 2022, um funcionário disse que o ex-jogador havia se mudado.
Depois, o tribunal determinou a citação em locais de trabalho, mas ele foi procurado e não foi encontrado em nenhum endereço. Também foram feitas buscas pelos sistemas Sisbajud, Renajud e Infojud, além de tentativas em outros endereços, sem sucesso. Foi quando, em abril deste ano, o tribunal optou pela citação em edital.
Quem move a ação é Claudia Cristine Ferreira, que em petição enviada em fevereiro ao tribunal, ironizou o fato de Marcelinho não ser encontrado. “Como de praxe, o réu Marcelinho Carioca tem a expertise de ficar invisível. Não é encontrado para responder seus processos”.
Entenda o caso
Claudia Ferreira diz, no proceso, que era advogada de Ronan Maria Pinto, ex-presidente da empresa Santo André Gestão Empresarial Desportiva Ltda (Saged), que administrou o Santo André por 6 anos. Era ela quem atendia os clientes e resolvia questões particulares de terceiros ligados a ele, sem receber por isso. Entre essas pessoas, estava Marcelinho Carioca, que jogou pelo Santo André entre 2007 e 2009.
Na época, Sueli, mãe de Marcelinho, estava internada no Hospital do Câncer, e Ronan pediu que ela fosse transferida para o Hospital Sírio-Libanês devido à piora do estado de saúde dela.
Claudia diz que Marcelinho não podia acompanhar a mãe doente, e por isso ela foi chamada para resolver a situação. A advogada assinou contratos médicos e bancou o atendimento emergencial.
Por isso, ela decidiu entrar na Justiça alegando ter arcado com as despesas do tratamento da mãe de Marcelinho, pedindo R$ 123 mil de indenização.
O que diz a defesa
Em comunicado enviado ao Terra, o advogado Marlon Reis, que defende o ex-jogador, disse que só tomou conhecimento do processo recentemente. Leia a nota abaixo:
“Apenas recentemente, tomamos conhecimento da existência do processo mencionado. É importante ressaltar que o empresário Marcelinho Carioca não foi citado no seu endereço atualizado, o que revela uma falha no procedimento de notificação que não lhe pode ser atribuída.
No tocante ao mérito da ação, cumpre esclarecer que, conforme consta na própria petição inicial apresentada pela autora, Cláudia Ferreira, nenhuma responsabilidade pelas despesas a que ela se refere podem ser atribuídas a Marcelinho.
Toda a responsabilidade econômica pelo ocorrido recai exclusivamente sobre o Esporte Clube Santo André e seu então presidente, Sr. Ronan Maria Pinto. Em nenhum momento o Sr. Marcelinho Carioca participou de qualquer negociação ou ajuste financeiro relacionado a este episódio, o que é afirmado na ação pela própria autora, sendo as decisões tomadas unicamente pela gestão do clube.
Assim, a tentativa de atribuir a ele qualquer obrigação financeira relacionada a esses fatos é desprovida da mínima fundamentação legal.”