Marcha da Maconha fecha parte da Paulista por legalização
Um trecho da avenida Paulista, na região centro-sul de São Paulo, está interditado para a circulação de carros na tarde deste sábado para a realização da Marcha da Maconha. Desde às 14h, manifestantes ocupam parte da avenida para reivindicar a legalização da erva para uso medicinal e recreativo, além do fim da guerra às drogas.
Com o tema "Quebras correntes, plantar sementes", o protesto - que ocorre desde 2008 - se concentrou em frente ao vão livre do Masp desde às 14h. Por volta das 16h30, o grupo iniciou uma passeata pela avenida Paulista, no sentido da estação de metrô Brigadeiro, indo pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, e seguiu em direção à Praça da Sé. Durante a caminhada, o trânsito foi bloqueado ao longo do trajeto em um sentido da via. Entre os presentes, está o vereador Eduardo Suplicy (PT).
A Marcha da Maconha se organizou em blocos temáticos. A ativista do Coletivo DAR - Desentorpecendo a Razão, Gabriela Moncao, disse que os blocos visam qualificar o debate do fim da guerra às drogas. "A gente acha importante a legalização, acreditamos que todo mundo é afetado pela política proibicionista de drogas por várias formas e a marcha tenta trazer para a população os nossos argumentos pelo fim da guerra às drogas" afirmou.
O representante da Associação Cultural Cannabica de São Paulo (ACuCa), Rodrigo Martins, disse que a marcha chama a atenção para a liberdade de escolha. "Com a marcha, a gente reivindica nosso direito de usar nossos corpos da maneira que a gente quiser. Esperamos conseguir a tão almejada legalização da maconha e a descriminalização das outras drogas também". Para ele, a marcha serve ainda desmitificar preconceitos. "A marcha é para chamar atenção também da população para o descaso que é feito com todos os tipos de usuários, mas principalmente os negros, pobres e periféricos, que são os que mais sofrem com a guerra às drogas".
Bloco Medicinal defende uso controlado
Na comissão de frente da Marcha estava o Bloco Medicinal, que defende o uso controlado da maconha como remédio. O abastecedor de aeronaves Gabriel Alcides Castelo de Oliveira esteve pela primeira vez na marcha. O filho dele, de 6 anos, tem microcefalia, paralisia cerebral e epilepsia e faz uso de maconha medicinal há três anos.
Ele ainda importa a substância extraída da planta para fazer o uso e luta pela liberação no Brasil. "Meu filho teve ganhos muito bons em qualidade de vida, ele começou a ir para a escola e a epilepsia está controlada devido ao uso medicinal da maconha". Ele e a família participaram da marcha e esperam que o uso medicinal seja autorizado. "A gente espera que cada vez mais famílias e vidas sejam resgatadas através da maconha de uso medicinal, estamos aqui para espalhar a informação", acrescenta.
O projeto Respire, que trabalha em contexto de festas com pessoas que usam drogas, também esteve na marcha. O coordenador do projeto, Gabriel Pedrosa, explica que o grupo trabalha com informações e estratégias de cuidados e redução de danos no uso das drogas. "A gente entende que a maior redução de danos é a informação, a pessoa bem informada vai ter uma capacidade de tomar uma decisão com maior conhecimento".
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Com informações da Agência Brasil