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Marginal Tietê amanhece alagada e com pontos de interdição após chuva forte; veja vídeos

Via registrou oito pontos de alagamento após chuva forte da véspera; governo estadual diz que rio não transbordou e fala em possível entupimento de galerias; Prefeitura afirma não ter identificado problema desse tipo

1 fev 2025 - 09h39
(atualizado às 18h56)
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A Marginal Tietê amanheceu com alagamentos intransitáveis em diversos pontos, em ambos os sentidos, na manhã deste sábado, 1º, após as fortes chuvas na véspera. A via é uma das principais da capital paulista e de quem vem de outros municípios. Ela liga o Cebolão, na zona oeste de São Paulo, à Rodovia Ayrton Senna, na zona leste.

Ao longo do dia, a recomendação da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi para que os motoristas evitassem a Marginal, que só ficou completamente liberada por volta das 12h40. Cidades da região metropolitana - como Guarulhos, Franco da Rocha e Caieiras - também sofreram neste sábado com os impactos do temporal.

A Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura, da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que o Tietê não transbordou. E a pasta diz que os alagamentos podem ser resultado de entupimento ou insuficiência de galerias pluviais.

Já o Município, da gestão Ricardo Nunes (MDB), nega ter identificado entupimento em galerias. O prefeito destacou ainda os investimentos na área e o volume elevado de chuvas. Mas reconheceu a necessidade de que avance o desassoreamento dos rios e disse tratar disso em reuniões com o Estado (leia mais abaixo).

Como o Estadão mostrou, a Prefeitura só concluiu em dezembro o plano de redução de riscos de chuvas, previsto pelo Plano Diretor da cidade há dez anos. O número de dias com chuvas extremas na capital triplicou em apenas uma década, conforme dados meteorológicos que comprovam os efeitos das mudanças climáticas.

A Prefeitura de São Paulo decretou estado de atenção para alagamentos nesta sexta, com alerta severo para chuva - emitido novamente no sistema broadcast da Defesa Civil do Estado, que envia notificação aos celulares que estão no perímetro de risco.

O temporal se espalhou para as outras regiões da capital e região metropolitana. Em Guarulhos, a Defesa Civil registra chuvas volumosas que provocaram diversos pontos de alagamento nas ruas e em residências. Três deslizamentos de terra foram identificados no bairro de Cabuçu, sem vítimas.

A região de Vila Any permanece alagada em diversos pontos. A Defesa Civil está no local com bote para resgatar moradores ilhados.

O mesmo cenário de salvamento foi visto em Franco da Rocha, também na região metropolitana. Nas proximidades das estações Caieiras e Franco da Rocha, o transbordamento do córrego Ribeirão Eusébio deixou vários bairros ficaram embaixo d'água. A região central foi a mais afetada.

"A Defesa Civil está atendendo chamados de deslizamentos de terra em alguns pontos da cidade, em especial nos bairros do Parque Lanel, Jardim Progresso, Parque Vitória e Vila São Benedito", disse a prefeitura da cidade.

Conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Franco da Rocha registrou 107 mm de chuva em 24 horas. Em outros pontos, como Caieiras e Ferraz de Vasconcelos, choveu mais de 120 milímetros. O volume é quase a metade do esperado para o mês de janeiro na região (258 milímetros, conforme a Prefeitura de São Paulo).

Também choveu forte em diversas áreas do interior e do litoral. No Guarujá, segundo a Defesa Civil Municipal, houve três chamados para deslizamentos de terra e 14 desalojados, mas essas pessoas já retornaram para suas casas neste sábado.

Chuvas devem continuar até domingo

O alerta meteorológico emitido pela Defesa Civil estadual segue vigente, e prevê que as chuvas fortes sigam acontecendo até domingo, 2. A recomendação é que em caso de tempestades os cidadãos permaneçam em local seguro.

  • Em veículos, deve-se evitar locais com possibilidades de enchentes, como corredores de baixadas ou vias às margens de rios e córregos;
  • Motociclistas devem evitar pontos com corredeiras, ou em que a água ultrapasse vinte centímetros ou não permita visibilidade do terreno;
  • Os moradores de áreas suscetíveis a riscos de deslizamentos devem buscar abrigo em locais seguros com seus familiares, especialmente se perceberem sinais de risco, tais como deslocamentos de terra, estalos em construções, rachaduras no solo e inclinações de árvores ou postes.

Em caso de emergência, é possível acionar a Defesa Civil pelo telefone 199. / COLABOROU GONÇALO JUNIOR

Estadão
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