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Matarazzo será alvo de inquérito sobre caso de propinas da Alstom

18 fev 2014 - 20h20
(atualizado às 21h48)
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A Justiça Federal em São Paulo autorizou a abertura de inquérito policial para investigar se o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) está envolvido em um esquema de corrupção com a empresa Alstom. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre 1998 e 2002, representantes da empresa ofereceram cerca de R$ 23,3 milhões, em valores atualizado, para fraudar contratos de manutenção e fornecimento de equipamentos para o sistema elétrico. Na ocasião, Matarazzo era secretário estadual de Energia.

O juiz substituto da 6ª Vara Criminal, Marcelo Costenaro Cavali, decidiu pela abertura da investigação, após aceitar denúncia contra 11 acusados de participar do esquema de corrupção. Eles responderão por lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

Segundo a denúncia, os envolvidos recebiam os valores através de contratos falsos de consultoria. Parte do dinheiro era enviado para o exterior de maneira irregular, especialmente para bancos na Suíça e em Luxemburgo, e trazidos de volta ao Brasil com a ajuda de doleiros. As propinas chegaram a 15% do valor total dos contratos que, à época, somaram R$ 68 milhões.

Na decisão, Cavali ressalta que apesar de não haver indícios suficientes para denunciar Matarazzo, as suspeitas justificam uma apuração dos fatos. "No que diz respeito especificamente a Angelo Andrea Matarazzo, pessoas submetidas à sua esfera de comando hierárquico foram tidas como beneficiárias de propinas. Além disso, há ao menos indício de que o próprio partido político ao qual é filiado e a própria Secretaria de Energia, dirigida por ele - conquanto em curto espaço de tempo - tenham sido beneficiários de valores indevidos", destaca o magistrado.

O juiz lembra que o MPF ainda aguarda o envio de documentos pelas autoridades da Suíça. Também serão investigados no novo inquérito Eduardo Bernini, Michel Louis Mignot, Yvez Jaques de La Serre e Patrick Morancy.

O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Matarazzo, disse que abertura da investigação causou "estupefação", porque o assunto já foi investigado, sem que tenham sido encontrados indícios que incriminem o vereador. "O inquérito instaurado não possui nem causa, nem objeto. Com efeito, não se aponta nenhuma suspeita, nem se diz qual a finalidade das investigações".

Agência Brasil Agência Brasil
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