Médico que forjou morte de criança para vender seus órgãos é preso em SP
Caso aconteceu há 23 anos no sul de Minas Gerais
O médico Álvaro Ianhez, de 77 anos, foi preso na tarde desta terça-feira, 9, na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. Ele foi condenado em abril do ano passado a 21 anos de prisão pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, morto em 2000, em Minas Gerais.
Ianhez não tinha sido preso até o momento, pois conseguiu um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para aguardar o julgamento de todos os recursos em liberdade. Porém, o Ministério Público de Minas Gerais acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do STJ.
A prisão ocorreu após uma ação conjunta entre promotores de Justiça de São Paulo e o Ministério Público de Minas Gerais. O médico ficará em São Paulo à disposição da Justiça, cabendo à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais realizar a transferência de Ianhez para uma unidade prisional, segundo informações da EPTV.
Relembre o caso
O menino Paulo Veronesi Pavesi deu entrada no Hospital Pedro Sanches depois de cair da varanda do prédio onde morava. Lá, segundo o Ministério Público, teria sido vítima de um erro médico durante uma cirurgia e encaminhado para a Santa Casa de Poços de Caldas.
Na unidade, o médico Álvaro Ianhez forjou um diagnóstico de morte cerebral para que pudesse retirar os órgãos do garoto. O esquema ficou conhecido como "máfia dos transplantes".
Além de Ianhez, outros dois médicos foram condenados pelo mesmo crime em 2021 a 25 anos de prisão. Um terceiro foi absolvido.