Médico sobrevivente de ataque a tiros no RJ está estável, diz hospital
Daniel Proença levou três tiros enquanto estava em quiosque no Rio de Janeiro
O médico Daniel Sonnewend Proença, de 33 anos, que sobreviveu a um ataque a tiros na madrugada de terça-feira, 5, em um quiosque no Rio de Janeiro, apresenta quadro de saúde estável. Ele estava com três colegas na Barra da Tijuca, quando o grupo foi alvejado com ao menos 20 tiros. Um dos mortos é o médico Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga (Psol-RJ).
Daniel está hospitalizado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, no Rio. Ele foi levado para a unidade com três tiros pelo corpo, segundo a Secretaria de Saúde do Rio.
Daniel se formou em 2016 pela Faculdade de Medicina de Marília, no interior de São Paulo, e é especialista em cirurgia ortopédica, traumas, reconstrução e alongamento ósseo.
Entenda o crime
Três médicos foram mortos a tiros na madrugada desta quinta-feira, 5, em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O caso ocorreu por volta de 1h.
Imagens de câmeras de monitoramento do local mostram um carro branco parado na avenida da praia. Neste momento, os ocupantes do veículo, todos vestindo roupa preta, desembarcam e vão em direção às vítimas, que estão sentadas no local.
A movimentação é toda registrada pelas imagens. Os criminosos passaram a atirar contra as vítimas, e dá início a correria de pessoas que estão no quiosque. Após os disparos, o bando volta correndo para o carro, que segue para rumo desconhecido.
De acordo com o jornal O Globo, Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf são atingidos. Eles chegaram a receber atendimento médico dos bombeiros, mas não resistiram. Um quarto homem, identificado como Daniel Sonnewend Proença, também foi atingido pelos disparos, e levado para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra.
Os suspeitos ainda não foram presos. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local, e investiga as mortes.
Ainda segundo a reportagem, os três profissionais são de São Paulo e estavam no Rio para um congresso Minimally Invasive Foot Ankle Society (Mifas), que ocorrerá nesta quinta.
Polícia Federal atuará no caso
À coluna de Guilherme Mazieiro, do Terra, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que solicitou à Superintendência da PF no Rio contato com a unidade de homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro para buscar informações sobre a execução dos três médicos.
"Conversei com o Ministro [da Justiça, Flávio Dino] agora, e solicitei que o Superintendente do RJ entre em contato com a unidade de homicídios da PC/RJ, para buscar mais informações", disse o diretor à coluna.
Nas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, informou que a Polícia Federal vai acompanhar as investigações "em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais" e prestou solidariedade aos deputados e familiares das vítimas.
Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à…
— Flávio Dino :brasil: (@FlavioDino) October 5, 2023
Repercussão
O Psol, partido de Sâmia e Glauber, divulgou nota de pesar pelo assassinato do irmão da parlamentar e demais vítimas do ataque, e também pediu investigação "rigorosa e eficiente" das autoridades:
"O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) manifesta seu profundo pesar e indignação diante do assassinato do médico Diego Ralf Bonfim, irmão da deputada Samia Bomfim, e de seus colegas Marcos Andrade Corsato e Perseu Ribeiro de Almeida. Expressamos toda nossa solidariedade e apoio à deputada e à sua família, assim como aos familiares dos colegas de Diego.
Exigimos às autoridades competentes que investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei.
O PSOL também reforça seu compromisso com a luta por um Brasil mais seguro, justo e igualitário, onde vidas não sejam perdidas para a violência desenfreada."
O deputado federal Orlando Silva também se manifestou e afirmou estar “perplexo” com o caso e se solidarizou com a dor de Sâmia. “Os criminosos nada levaram, apenas renderam e atiraram, o que leva a polícia a investigar a hipótese de execução. Frieza e violência abomináveis. Meus sentimentos aos familiares e amigos, especialmente à deputada @samiabomfim , irmã de uma das vítimas”, escreveu no Twitter.