Mentor de assassinato de Marielle deve ser ouvido, diz Moraes
Ministro estabeleceu um prazo de até cinco dias para que Rivaldo Barbosa preste seu depoimento, assegurando-lhe o direito ao silêncio e à "garantia de não autoincriminação"
Nesta segunda-feira (27), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, emitiu uma ordem determinando que o delegado Rivaldo Barbosa seja ouvido pela Polícia Federal (PF) nas investigações. Barbosa é apontado pela PF como o mentor intelectual do crime.
Moraes estabeleceu um prazo de até cinco dias para que Rivaldo Barbosa preste seu depoimento, assegurando-lhe o direito ao silêncio e à "garantia de não autoincriminação". A notícia foi revelada pelo jornal O Globo.
"Senhor Delegado, e encaminho-lhe os termos da decisão de cópia anexa para adoção das providências necessárias ao seu cumprimento, no sentido de proceder à oitiva do denunciado RIVALDO BARBOSA DE ARAÚJO JÚNIOR, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, assegurado o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo", escreveu o ministro.
Barbosa informou Moraes que ainda não foi ouvido, mesmo após solicitar, com uma ordem judicial, uma delação aos investigadores. Na semana passada, ele enviou um bilhete ao ministro, no qual pede que a Justiça o ouça "pelo amor de Deus".
"Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus", destacava. Rivaldo também quer que sua esposa, acusada de usar empresas de fachada para lavar dinheiro.
⚠️VEJA: Rivaldo Barbosa, ex chefe da Polícia Civil do Rio preso no caso Marielle escreveu um bilhete e pediu "pelo amor de Deus" para ser ouvido por Alexandre de Moraes, ministro do STF.
"Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem,… pic.twitter.com/69U6iFTKMh
— BAÚ DO RIO OFC (@baudorio) May 23, 2024
O envolvimento de Rivaldo Barbosa
Rivaldo Barbosa foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) junto com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Ele encontra-se sob custódia desde o dia 24 de março. Antes de ser alvo da denúncia da PGR, Barbosa manifestou o desejo de prestar depoimento diretamente a Alexandre de Moraes. Segundo relatos de seus advogados, ele estaria ansioso para falar.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Rivaldo Barbosa teria atuado para obstruir as diligências da Polícia Civil do Rio de Janeiro, valendo-se de sua posição como Chefe de Polícia. O crime teria sido meticulosamente planejado por Barbosa, que, segundo os investigadores, "foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato, ao ter total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições e exigências".