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Metrô obriga supervisores a furar greve, diz sindicalista

6 jun 2014 - 09h07
(atualizado às 11h11)
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Veja confronto entre policias e grevistas na estação Ana Rosa:

Durante um piquete que terminou em confronto com a Polícia Militar na manhã desta sexta-feira na estação Ana Rosa do Metrô, sindicalistas relataram que o governo está pressionando funcionários da supervisão a furar a greve que começou nesta quinta. De acordo com a diretora do sindicato dos metroviários, Celina Maranhão, os supervisores querem participar da greve, mas são impedidos pela Companhia do Metrô.

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“Ontem a gente votou em assembleia que vamos garantir que os supervisores, que ontem foram obrigados pela empresa a furar a greve, não trabalhem. Os supervisores não querem trabalhar e a empresa os ameaça, inclusive com promessa de demissão para que eles venham furar a greve”, disse a grevista, que trabalha como condutora de trens na Linha 2-Verde do Metrô.

De acordo com o Metrô, os grevistas estariam impedindo o trabalho dos supervisores. Por esse motivo, a Tropa de Choque foi acionada para liberar a estação e garantir o funcionamento parcial da linha. “Os supervisores trabalharam ontem. A adesão foi 100% da categoria, mas esses companheiros (supervisores), que também são trabalhadores, mas com cargo de chefia, foram ameaçados diretamente pela empresa. Eles são convocados para vir conduzir os trens”, completou a grevista.

<p>Grevistas fizeram Piquete na manhã desta sexta, na estação Ana Rosa</p>
Grevistas fizeram Piquete na manhã desta sexta, na estação Ana Rosa
Foto: Fábio Santos / Terra

Segundo ela, os supervisores não possuem experiência na condução dos trens. “Esses trabalhadores não têm treinamento e não possuem condições técnicas de operar o trem, colocando a segurança deles e da população em risco”, disse.

Segundo outro diretor do sindicato, Raimundo Cordeiro, os supervisores teriam aceitado cruzar os braços por “falta de condições psicológicas”. Por volta das 6h, os funcionários que não haviam aderido à greve deixaram a estação. Minutos depois, a Tropa de Choque da Polícia Militar expulsou todos os grevistas do local, usando cassetetes e bombas de efeito moral.

Assim como aconteceu ontem, as linhas 1 – Azul, 2 – Verde, 3 – Vermelha e 5 – Lilás amanheceram paralisadas nesta sexta-feira. Apenas a linha 4 – Amarela, de iniciativa privada, teve seu início de operação normal. Às 5h30, o Metrô informou que a linha 5 - Lilás passou operar normalmente.

Plano de contingência

Segundo o Metrô informou, o plano de contingência adotado utiliza toda a estrutura existente: a operacional, composta por supervisores e gerentes, e também o pessoal administrativo, em nível gerencial, que vai às estações vender bilhetes e auxiliar os usuários. "Trata-se de um grupo que está preparado para atuar nesses momentos", informou o Metrô. Porém, os engenheiros da empresa anunciaram que também estão em greve, em apoio aos metroviários.

O Metrô diz ainda que "quem opera os trens são pessoas qualificadas, que trabalham na área de operação, ex-operadores, instrutores, monitores, pessoas que dão treinamento e que lidam com a operação".

TRT mantém liminar

Na noite de ontem, o Núcleo de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho manteve a liminar que determina a manutenção de 100% do funcionamento do Metrô nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e de 70% nos demais horários de operação. O descumprimento da ordem judicial culminará em aplicação de multa diária de R$ 100 mil. A desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, vice-presidente do TRT, que presidiu a reunião, recomendou que o Sindicato dos Metroviários mantenha a cláusula de paz acertada durante as negociações.

Fonte: Terra
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