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Desabamentos no Rio aconteceram em área dominada por milícia

Major da PM e ex-capitão do Bope são acusados de chefiar Escritório do Crime, apontado como responsável por morte de vereadora

12 abr 2019 - 17h02
(atualizado às 17h24)
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A comunidade da Muzema, onde ficam os dois prédios que desabaram na manhã desta sexta-feira, 12, era controlada pelo major da Polícia Militar Ronald Alves Pereira e pelo ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega. Pereira foi preso em janeiro, na operação Intocáveis, do Ministério Público e da Polícia Civil. Já Nóbrega conseguiu escapar e segue foragido.

Os dois eram denunciados por grilagem e exploração imobiliária ilegal nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro,mas também eram suspeitos de chefiarem o Escritório do Crime, o grupo armado apontado responsável pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março do ano passado.

Manifestantes protestam para marcar um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco
14/03/2019 REUTERS/Ricardo Moraes
Manifestantes protestam para marcar um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco 14/03/2019 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Adriano da Nóbrega trabalhou no 18º Batalhão da PM com Fabrício Queiroz, o ex-assessor de gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) investigado por lavagem de dinheiro. A mãe e a filha de Nóbrega trabalhavam no gabinete do filho do presidente e teriam sido contratadas por Queiroz.

De acordo como Ministério Público, Nóbrega dirigia o esquema de construção civil ilegal nessas comunidades. Pereira, por sua vez, foi denunciado por comandar negócios ilegais da milícia, entre eles, grilagem de terra e agiotagem.

O desabamento nesta sexta deixou ao menos três mortes e dez feridos. Segundo a prefeitura do Rio, as construções eram irregulares e tiveram as obras interditadas em novembro de 2018. O Corpo de BOmbeiros teria uma lista de 17 pessoas desaparecidas. Outros prédios vizinhos também correm risco de queda.

Estadão
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