Moradores promovem novo ato 'antimendigo' em praia de Florianópolis
Cerca de 30 moradores do bairro de Canasvieiras, localizado na região norte de Florianópolis, realizaram mais um protesto “antimendigos” nesta quarta-feira. O grupo se reuniu na principal avenida do bairro e, com faixas e cartazes, promoveu uma caminhada em alguns pontos com maior movimento.
Este foi o quarto ato contra a presença de moradores de rua no bairro. Canasvieiras é um dos balneários mais movimentados da alta temporada na capital catarinense e principal reduto de turistas de países como Argentina e Uruguai, além de outros Estados brasileiros, como o Rio Grande do Sul.
Com faixas, cartazes e carro de som, o grupo interrompeu o trânsito e pediu ações para melhorar a segurança. Alguns moradores carregaram faixas pedindo para que os “viciados” fossem se tratar. Em outras, os manifestantes pediam segurança.
A empresária Luciana Gertrudes da Silva, uma das líderes das manifestações, disse que os atos mostram o medo da população local. Ela exibiu um vídeo gravado pelo celular onde um morador de rua é flagrado transando com uma mulher em uma calçada, no final da tarde. Para Luciana, a população estaria com medo diante de ameaças feitas por “mendigos”.
“O sentimento é geral, mas as pessoas têm medo. Fiz quatro manifestações e vou fazer muito mais”, disse. “Eles pedem dinheiro e acuam quem não os atende. Sair à noite aqui no bairro é um risco. Isso os defensores dos Direitos Humanos não enxergam”.
Uma empresária de Canasvieiras, que participou da manifestação e pediu para não ser identificada, disse estar sofrendo ameaças por participar das caminhadas. “Eles vão ao meu estabelecimento durante a noite, dizem que me viram e que irão dar um jeito na minha família”, afirmou.
“A temporada está chegando e como vai ser? Não temos segurança, o governo não nos dá segurança e a polícia aqui se limita a fazer blitz de trânsito. Não é isso que precisamos.”
As manifestações vêm gerando controvérsia. Muitos moradores consideram os atos como “xenofóbicos”. Para Lucinda Margot Pereira, moradora do bairro há 17 anos, os atos deveriam ser focados na questão da segurança. “Uma coisa é carregar cartaz pedindo segurança e presença de polícia. Outra é uma faixa chamar as pessoas de viciado e pedir para irem embora. Não concordo com isso”, completou.