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Morre motorista de aplicativo ferido em execução no Aeroporto de Guarulhos

Pai de três filhos, ele foi atingido por um tiro de fuzil nas costas e estava internado no Hospital Geral de Guarulhos

10 nov 2024 - 07h59
(atualizado às 14h56)
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O motorista de aplicativo ferido durante a execução do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos, faleceu na noite deste sábado, 9. Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido por um tiro de fuzil nas costas e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Guarulhos (HGG).

Sampaio perdeu um rim e parte do fígado após ser atingido por um disparo nas costas. Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico no HGG, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na noite de sábado. O corpo será velado neste domingo, 10, e o sepultamento ocorrerá na manhã de segunda-feira, 11, no Cemitério Necrópole do Campo Santo, que fica em Guarulhos, onde ele morava.

Segundo amigos e familiares, Sampaio trabalhava como motorista de Uber desde a chegada do aplicativo ao País, em meados de 2014. Ele deixa a esposa, Simone Dionízia Fernandes Novais, com quem era casado há mais de duas décadas, além de três filhos: o caçula, de apenas 3 anos, um adolescente de 13 e outro jovem de 20 anos.

Simone relatou ao Estadão que Sampaio chegou a lhe enviar um vídeo de dentro da ambulância, avisando que estava ferido. Ela contou que tentou falar com o marido após receber o vídeo, mas não conseguiu. Um amigo que o acompanhou na ambulância relatou a ela o ocorrido. Quando Simone chegou ao hospital, Sampaio já estava inconsciente.

Segundo Simone, o marido trabalhava todos os dias das 7h às 22h, e o Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos — onde foi baleado — era seu ponto preferido para pegar passageiros. Ela também comentou que a maior alegria dele era cozinhar. "Peixe era a especialidade dele. Ele adorava reunir a família e os amigos para cozinhar", relembra.

Conforme o boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso, além do motorista de aplicativo, de 41 anos, alvejado nas costas, outras duas pessoas foram atingidas: um funcionário terceirizado, de 39 anos, que teve ferimentos na mão e no ombro e recebeu alta do Hospital Geral de Guarulhos neste sábado, 9, e uma mulher, de 28 anos, que teria tido um ferimento superficial na região do abdômen. Ela recebeu atendimento médico e foi liberada em seguida, após ser ouvida pelos policiais no local.

Foram ao menos 27 disparos efetuados por dois criminosos, segundo informações da perícia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana (DHPP) da Polícia Civil, que investiga o caso.

O crime

Conforme as informações preliminares do caso, Gritzbach havia acabado de chegar de viagem com a namorada no aeroporto e seria recebido pelo filho e um grupo de quatro seguranças, composto por PMs que faziam a proteção do empresário. No caminho para o aeroporto, porém, um dos carros usados por eles teria supostamente apresentado falha mecânica. Três dos seguranças, então, teriam ficado com o veículo. Assim, somente um estava no aeroporto na hora do atentado.

Uma das linhas de investigação, que ainda está em fase preliminar, busca entender se os agentes não teriam deixado o policial exposto no aeroporto intencionalmente. Os celulares dos quatro integrantes da escolta e da namorada de Gritzbach foram apreendidos pelo DHPP, de acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública.

Os policiais militares que pertenciam à equipe de segurança da vítima já prestaram depoimento para a Polícia Civil e também na Corregedoria da PM. Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações e ficarão em expediente administrativo a pedido da Corregedoria. A namorada da vítima também foi ouvida pelos investigadores. As corregedorias das Polícias Civil e Militar apuram a atuação dos agentes.

Empresário fechou acordo de delação neste ano

Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos. Conforme a investigação policial, ele é ex-corretor da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras da cidade.

Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa sobre a morte de Gritzbach, "com quem não mantém negócios há anos". E afirma que ele foi "corretor de imóveis na empresa apenas entre 2014 e 2018?.

Na delação, o empresário falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django.

Segundo o Estadão apurou, ele também mencionou corrupção policial e suspeita de pagamento de propina na investigação da morte de Cara Preta. Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública ainda não se manifestou.

Gritzbach já havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde mora, no Tatuapé, na zona leste, mas o autor errou o alvo. A reportagem apurou que a polícia já identificou o responsável por esse atentado.

Estadão
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