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Motoristas de ônibus de São Paulo anunciam greve para quarta-feira

De acordo com o SindMotoristas, entidade que representa a categoria, a paralisação foi aprovada de forma unânime pela categoria

28 jun 2024 - 18h30
(atualizado em 30/6/2024 às 22h37)
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Motoristas de ônibus de São Paulo decidiram, em assembleia realizada nesta sexta-feira, 28, paralisar as atividades da categoria na próxima quarta-feira, 3 de julho, a partir da meia-noite. O movimento é liderado pelo SindMotoristas, entidade que representa a categoria (motoristas, cobradores e demais funcionários do setor de manutenção e fiscalização).

De acordo com o sindicato, a greve foi aprovada de forma unânime na assembleia, que contou com mais de 15 mil funcionários, entre presentes na sede da entidade e trabalhadores que acompanharam a discussão de forma virtual. A paralisação foi aprovada para todo sistema do transporte rodoviário na capital, incluindo garagens e terminais.

A principal reinvindicação da categoria é uma redução da jornada de trabalho para 6,5 horas trabalhadas com mais 30 minutos remunerados. "Este é o carro-chefe das demandas da categoria", disse a assessoria do SindMotoristas.

Na lista de demandas, também estão um reajuste salarial de 3,69% pelo IPCA-IBGE mais 5% de aumento real, cesta básica de qualidade; correção do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de R$ 1.200 para R$ 2.000; e melhorias no vale-refeição, no seguro de vida, nos convênios médico e odontológico e revisão dos valores do auxílio funeral.

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), entidade que representa parte das empresas responsáveis pelo serviço na capital, disse em nota que "está incrédulo com a decisão do Sindicato dos Motoristas" de fazer uma greve para a próxima quarta.

Isso porque, o sindicato da categoria patronal diz que está marcada, para a próxima terça-feira, 2, uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). "O Sindicato dos Motoristas está afrontando o TRT e o que o poderá ser decido na audiência. É um desrespeito à Justiça ou uma forma descabida de pressionar o TRT", disse o SPUrbanuss.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que a administração municipal e a SPTrans pleitearam na Justiça do Trabalho tutela liminar cautelar para que a operação da frota de ônibus funcione no percentual de 100% no horário de pico e 80% nos demais horários e aguarda resposta da Justiça.

"A SPTrans reforça a necessidade de atendimento aos 7 milhões de passageiros dos ônibus para que não sejam prejudicados e tomou as medidas judiciais necessárias em favor da população", diz o comunicado.

"Em relação às motivações dos trabalhadores, a Prefeitura esclarece que apenas acompanha a negociação entre as partes e espera que os representantes da categoria e dos empresários encontrem um ponto em comum na campanha salarial sem prejuízo aos passageiros", completou a nota.

Partes terão audiência na Justiça do Trabalho na próxima terça-feira

No começo do mês, os motoristas, cobradores e demais funcionários do serviço de transporte de ônibus de São Paulo, agendaram uma grave, mas voltaram atrás após entrarem em um acordo com a com o sindicato da categoria patronal, o SPurbanuss, em audiência de conciliação na Justiça do Trabalho.

No lugar de não fazer a greve, as entidade aprovaram, naquela ocasião, a criação de um corpo técnico para fiscalizar os contratos firmados entre as concessionárias e a Prefeitura de São Paulo.

Após o acordo, os trabalhadores decidiram suspender o estado de greve até o dia 30 junho (próximo domingo). A data era considerada o prazo limite para os o Sindmotoristas e o SpUrbanuss entrarem em um acordo sobre as demandas dos funcionários.

Em despacho publicado na última quarta-feira, 26, o desembargador Davi Furtado Meirelles, do Tribunal Regional do Trabalho, que acompanha o caso desde o mês passado, convocou ambos os sindicatos a uma nova audiência de conciliação para a próxima terça, 2, a pedido do SindMotoristas.

No documento assinado pelo magistrado, o sindicato dos trabalhadores alega que, ao final do mês de junho, não houve "avanços nas negociações coletivas" entre as partes, e que "nada de concreto foi apresentado ao sindicato" por parte da categoria patronal.

Estadão
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