Motoristas de ônibus prometem parar nesta quarta-feira em SP
Os motoristas e cobradores de ônibus farão uma paralisação na quarta-feira (5), das 10 às 14h, contra a violência sofrida pelos profissionais em atos de vandalismo e ataques incendiários. Segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (sindmotoristas), aqueles que estiverem na garagem no horário marcado não sairão e os em circulação irão parar.
Além da paralisação, haverá um ato no Terminal Parque Dom Pedro II com os líderes sindicais. De acordo com o sindmotoristas, o problema da violência não atinge penas os trabalhadores do transporte urbano, mas também os usuários.
De acordo com a SPTrans, desde 1º de janeiro até 2 de novembro deste ano, foram incendiados 119 veículos e depredados, até 4 de novembro, outros 795. Em 2013, foram incendiados 65 ônibus municipais e 1.242 coletivos foram depredados na cidade de São Paulo.
O sindicato afirma que requisitou uma audiência com representantes da Secretaria Municipal de Transporte e a SPTrans para tratar do tema. A proposta é que seja criada uma comissão com membros das empresas de ônibus, trabalhadores e órgãos competentes, inclusive a Secretaria de Segurança Pública do Estado, para discutir políticas públicas de combate à violência. A SPTrans, por meio de nota, afirmou que "colocou-se à disposição da categoria para intermediar a realização de uma reunião entre o sindicato e a Secretaria Estadual de Segurança Pública. A mediação teria como propósito evitar o protesto".
A SPTrans relatou que encaminhou ofícios à Polícia Militar e à Guarda Civil Metropolitana (GCM) pedindo apoio e policiamento preventivo nos 29 terminais da cidade. "Em se confirmando a paralisação, a CET colocará em prática um plano operacional específico para este tipo de situação. Será feito monitoramento intensivo no trânsito em toda a cidade", completou.
No dia 18 de outubro, o motorista de ônibus John Carlos Soares teve 80% do corpo queimado após criminosos pararem e incendiarem o coletivo em que ele estava. Internado, John morreu dias depois. O sindicato afirma que, além dos ônibus queimados, os profissionais sofrem agressões em atos de vandalismos e em locais com bailes funk.