Mototaxista é morto pela PM no Rio mesmo após dizer que era trabalhador, afirma testemunha
Testemunhas disseram que Eberson Luiz Santos da Silva foi baleado na perna pelos oficiais
Um mototaxista foi morto durante uma ação da Polícia Militar, na comunidade da Villa Kennedy, zona oeste do Rio de Janeiro, na noite do último sábado, 25. A PM diz que o encontrou baleado, após uma troca de tiros com traficantes, mas testemunhas afirmam que Eberson Luiz Santos da Silva foi morto pelos agentes. O caso é investigado.
De acordo com o Bom Dia Rio, da TV Globo, o advogado da família do homem de 42 anos informou que ele saía de casa para trabalhar com sua moto, por volta das 19h, quando foi abordado e baleado por policiais.
Testemunhas disseram que o primeiro tiro foi na perna de Eberson, que caiu no chão e gritou que era trabalhador. Nesse momento, ele chegou a mostrar o crachá da empresa que trabalhava, mas foi ignorado pelos agentes. Ele foi atingido mais uma vez, com um tiro na barriga. Segundo a reportagem, vizinhos contaram que o corpo dele foi levado para o Hospital Albert Schweitzer, onde chegou morto.
Em nota ao Terra, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que policiais militares do 14° BPM (Bangu) realizavam um patrulhamento na Rua Viúva Guerreiro, quando foram atacados a tiros por criminosos da Vila Kennedy.
De acordo com o comando da unidade, houve confronto e logo após a troca de tiros os agentes prenderam um dos envolvidos no ataque à guarnição e com ele, foram localizados diversas drogas, bem como munições. Ainda segundo o posicionamento da PM, posteriormente, os agentes encontraram o morador ferido no local do confronto.
O comando do 14° BPM (Bangu) instaurou um procedimento apuratório para analisar o caso. Já a Polícia Civil informou que testemunhas são ouvidas sobre o caso, e que os policiais militares que participaram da ação prestaram depoimento e tiveram as armas apreendidas para exame de perícia. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Outra morte
Após a morte de Eberson, moradores da comunidade fizeram uma manifestação na Avenida Brasil, onde colocaram fogo em alguns objetos na via. Durante o protesto, um jovem, identificado como Guilherme Carvalho, de 18 anos, foi morto a tiros.
De acordo com a TV Globo, um policial militar que estava de folga passou por esse protesto, atirou contra Guilherme e foi embora. Ele teria achado que se tratava de um assalto. A polícia também investiga o caso.