Movimentos prometem protestos contra a Copa do Mundo no País
No chamado "Dia Internacional de Lutas contra a Copa", movimentos vão às ruas protestar contra o evento; cada cidade tem uma programação própria dos atos, mas a maior parte das passeatas está prevista para o período da tarde
Faltam 28 dias para a Copa do Mundo. No portal oficial da Copa 2014, a contagem regressiva é feita em meio ao verde, amerelo e azul da bandeira do Brasil. Já no site do Comitê Popular da Copa de São Paulo, ela é feita em preto, com a pergunta: "Copa pra quem?". O questionamento expressa a indignação de movimentos sociais, organizações civis, partidos políticos, pessoas atingidas por grandes obras e ativistas que irão às ruas nesta quinta-feira com a bandeira: "Copa sem povo: tô na rua de novo".
As mobilizações deste 15 de Maio, intitulado 15M - Dia Internacional de Lutas contra a Copa, foram definidas no início do mês, no Encontro dos Atingidos – Quem Perde com os Megaeventos e Megaempreendimentos, organizado pela Associação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), para denunciar violações de direitos humanos que ocorreram durante a preparação do Mundial.
Estão agendadas manifestações em, pelo menos, sete cidades-sede da Copa do Mundo - Rio de Janeiro, Distrito Federal, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Salvador, além de Vitória, no Espírito Santo e, Santiago, no Chile. As confirmações pelo Facebook passavam das 12 mil até a noite de ontem.
Os manifestantes pretendem tomar as ruas, como ocorreu em junho do ano passado, quando uma série de atos mobilizou milhares de brasileiros durante a Copa das Confederações. Em manifesto, ativistas e movimentos que convocaram o 15M apresentam 11 reivindicações, dentre as quais, o arquivamento dos projetos de lei que tipificam crime de terrorismo ou ampliam penas para danos causados durante manifestações. Os atos também cobram a desmilitarização das polícias, pensão vitalícia para as famílias dos nove operários mortos trabalhando na construção de estádios da Copa, bem como a responsabilização das construtoras.
Os movimentos também reivindicam o fim dos despejos e das remoções forçadas, a realocação de todas as famílias atingidas e a garantia de moradia digna. Defendem a democratização dos meios de comunicação, com ênfase nas transmissões dos jogos, que será feita com exclusividade pela Rede Globo, e investimentos em transporte público de qualidade, além da tarifa gratuita nos transportes públicos – pauta que movimentou o país, no ano passado.
Cada cidade tem uma programação própria dos atos, mas a maior parte das passeatas está prevista para o período da tarde.