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Movimentos sociais criticam processo contra ativistas no Rio

24 jul 2014 - 22h57
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Representantes de movimentos sociais condenaram nesta quinta-feira o processo contra 23 ativistas acusados de associação criminosa no Rio de Janeiro, em entrevista coletiva que reuniu o grupo Tortura Nunca Mais, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), o Sindicato dos Petroleiros, a Frente Internacionalista dos Sem Teto, o Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (DDH). 

O recém-criado Comitê Popular Contra o Estado de Exceção, que anunciou que está convocando atos em várias partes do País para o dia 30 de julho, também participou da declaração.

"Isso só serviu para nos unir. Estávamos atuando cada um com seu movimento, tocando as suas estruturas. Agora, temos um fórum unitário e temos uma ação conjunta. Isso vai crescer", disse Liette Ornellas, que falou em nome do comitê, que reúne mais de 100 entidades dos movimentos sociais, entre coletivos, sindicatos e associações.

De acordo com Liette, haverá atos culturais ou passeatas no Rio de Janeiro, em São Paulo,  Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Vitória,  Curitiba,  Fortaleza,  Salvador e Vitória da Conquista (BA). "Por enquanto, o comitê é só do Rio, mas estamos nos organizando, porque a ideia é que seja nacional", adiantou.

Joana Ferraz, que representou o grupo Tortura Nunca Mais na entrevista, afirmou que a entidade mandou alertas para organizações nacionais e internacionais, afirmando que os 23 ativistas estão sendo perseguidos, torturados e obrigados a viver na clandestinidade. "O que nós queremos é a liberdade de todos eles, e anistia ampla, geral e irrestrita. Além disso, denunciar que habeas corpus é muito pouco", disse.

Coordenador do DDH, que teve advogados presos no inquérito, Thiago Melo disse que as acusações do processo são genéricas porque não há fundamentos para as acusações individuais e específicas. Ele também disse que as acusações são autoritárias e reclamou dos grampos telefônicos de linhas do instituto, que defende vítimas de violações praticadas por policiais. “É duplamente grave que isso tenha acontecido. A comunicação dos clientes com advogados tem que ser secreta”, avaliou.

"Temos uma tradução clara de que os movimentos sociais estão sendo interpretados pela polícia e pela justiça criminal como crime organizado", disse.

O Sindsprev-RJ distribuiu uma nota em que se posiciona sobre a acusação de ter financiado marmitas para manifestantes, afirmando que participa ativamente de todas as mobilizações populares e que apoia diretamente as mobilizações que questionam governos. "Em vez de atender às exigências da população, no entanto, a resposta dos governantes foi tratar os protestos como um caso de polícia", diz a nota.

Agência Brasil Agência Brasil
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