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MP apura se mulher em coma há 21 anos é criança raptada

Mulher foi internada após atropelamento no centro de Vitória no ano 2000, mas sua identidade nunca foi descoberta

5 ago 2021 - 20h28
(atualizado às 20h41)
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Ministerio Publico do Espirito Santo apura a história
Ministerio Publico do Espirito Santo apura a história
Foto: Ministerio Publico do Espirito Santo

Há mais de 20 anos internada em coma em um hospital do Espírito Santo, Clarinha, como é conhecida pela equipe médica, pode ser a criança desaparecida de uma família mineira na década de 1970. A informação foi divulgada pelo Ministério Público capixaba, que investiga o caso e recentemente realizou exames de DNA para obter a confirmação.

Desde quando a mulher deu entrada no Hospital da Polícia Militar no ano 2000, sem documentos e bastante ferida após ser atropelada por um ônibus, foi montada uma força-tarefa com vários órgãos estaduais e federais para tentar achar parentes de Clarinha.

A procuradora de Justiça Edwirges Dias expediu ofícios para diversas instituições públicas que integraram uma campanha para saber quem é a mulher. Diante da exposição do caso em diversos veículos de informação de todo o País, 102 famílias procuraram o MP-ES tentando identificar a paciente. Porém nenhuma delas foi compatível.

Em 2020 uma equipe de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) descobriu o caso e teve início um processo de comparação facial, com buscas em bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às de Clarinha em todo o País.

Imagens da paciente foram comparadas com a de uma menina de 1 ano e 7 meses que teria sido raptada em 1976, em Guarapari, durante passeio com a família de Minas Gerais. A criança nunca foi encontrada. O exame foi realizado por uma empresa especializada no Paraná. Os resultados concluíram que há total compatibilidade entre as fotos testadas.

Com os bons resultados, foram realizados exames de DNA de Clarinha com possíveis parentes. O Ministério Público capixaba solicitou a comparação entre os perfis genéticos e, nesse momento, aguarda o resultado dos procedimentos adotados pela Polícia Civil mineira.

A mulher chegou ao Hospital da Polícia Militar em 2000. De acordo com relatos de testemunhas, ela estava fugindo de um perseguidor, também não identificado, e correu para o meio de uma avenida movimentada no centro de Vitória, onde foi atropelada por um ônibus.

Clarinha - nome dado pelas enfermeiras do local - passou por diversas cirurgias. O cérebro foi afetado, impedindo que ela retornasse de um coma profundo. Sem documentos e com as digitais desgastadas, buscou-se, em um primeiro momento, encontrar algum conhecido entre as testemunhas do acidente, mas ninguém tinha informações da paciente.

Estadão
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