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MP descobre uso de soda cáustica e água oxigenada em fábrica de leite no RS

Consumidores devem redobrar a atenção ao adquirir produtos lácteos e acompanhar as informações divulgadas pelos órgãos competentes

11 dez 2024 - 11h10
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Quase 12 anos após o início da primeira fase e sete anos depois da última etapa conhecida, a Operação Leite Compensado ganhou novos desdobramentos nesta quarta-feira, 11 de dezembro. Coordenada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a 13ª fase culminou na prisão de quatro envolvidos, incluindo o químico industrial apelidado de "alquimista" ou "mago do leite", que já havia sido preso em fases anteriores por fraudes similares.

Foto: Freepik / Porto Alegre 24 horas

As investigações, conduzidas pelas Promotorias de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre e de Defesa do Consumidor, identificaram a produção de derivados lácteos adulterados em uma indústria localizada no município de Taquara, no Vale do Paranhana. Entre os produtos encontrados estavam leite UHT, leite em pó, soro e compostos lácteos, todos contendo substâncias nocivas à saúde, como soda cáustica e água oxigenada. Também foram detectados pelos indefinidos e sujeira nas embalagens. Até o momento, a Justiça não autorizou a divulgação das marcas envolvidas.

Histórico de irregularidades

O químico industrial preso já havia sido alvo da quinta fase da operação, em 2014, quando foi comprovada sua participação na adição de substâncias como soda cáustica e bicarbonato de sódio nos produtos de uma indústria em Imigrante, no Vale do Taquari. Apesar de ter sido absolvido de uma condenação em 2005 e de estar aguardando desde 2022 para a instalação de tornozeleira eletrônica, ele volta a ser protagonista em um escândalo de grandes proporções.

De acordo com o MPRS, o químico estava impedido pela Justiça de trabalhar no setor de laticínios, mas continuava atuando ilegalmente, assessorando uma fábrica na cidade de Taquara. O laticínio contratante também é alvo das ações da operação.

Desdobramentos

A 13ª fase da Operação Leite Compensado mobilizou 110 agentes e contou com a colaboração do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Receita Estadual, Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Delegacia do Consumidor da Polícia Civil (DECON). Foram cumpridos 4 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em empresas e residências localizadas em Taquara, Parobé, Três Coroas, Imbé e na capital paulista.

Entre os presos estão o químico industrial, o sócio-proprietário da indústria localizada em São Paulo e dois gerentes.

Impactos para o consumidor

As revelações alarmantes colocam em destaque a importância de um sistema robusto de fiscalização na indústria alimentícia. A fraude envolvendo produtos lácteos afeta não apenas a segurança alimentar, mas também a confiança do consumidor. O caso ainda é objeto de investigação e novos desdobramentos são aguardados. Enquanto isso, consumidores devem redobrar a atenção ao adquirir produtos lácteos e acompanhar as informações divulgadas pelos órgãos competentes.

Porto Alegre 24 horas
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